O governo federal lançou nesta terça-feira, 22, no Palácio do Planalto, o Plano Safra 2021-2022, que contará com R$ 251,22 bilhões para apoiar a produção agropecuária nacional, um aumento de 6,3% ou R$ 14,9 bilhões a mais em relação ao plano anterior. Os financiamentos poderão ser contratados de 1º de julho de 2021 a 30 de junho de 2022.
De acordo com a assessora técnica de Política Agrícola da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Fernanda Schwantes, o plano é positivo diante de tantas idas e vindas com votações a respeito do orçamento.
“É um plano que veio com pontos positivos e alinhados comas demandas da CNA. Esse aumento de volume de recursos disponibilizado para pequenos e médios produtores e também para programas de investimentos estratégicos para a agropecuária são bastante positivos. Destaco também a elevação da renda bruta anual para enquadramento de pequenos e médios produtores. Estamos em um ano de aumento de preços, que eleva a renda bruta do produtor, mas não significa que ele tenha margens melhores”, disse.
Por outro lado, avalia ela, a taxa de juros subiu em comparação com o ano passado. “Isso porque o governo não conseguiu aumentar o volume de recursos de equalização para até R$ 15 bilhões e também por todas as condições macroeconômicas que causam bastante insegurança e apreensão sobre o valor da Selic neste ano e quanto isso impacta na captação de recursos”, falou.
A dica, segundo Schwantes, é para o produtor prestar muita atenção em todos os detalhes na hora de contratar. “Fique atento a tudo que está embutido na contratação do seguro rural, pois se não do aderente à necessidade dele, é apenas um custo a mais. Tem também os projetos técnicos, custos cartoriais, que muitas vezes chegam a duplicar ou triplicar, o que torna a taxa menos efetiva”, falou.
Plano Safra mais sustentável
“Esses programas que o governo acabou priorizando, como o ABC e o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns estão bem alinhados com o que a CNA havia demandado. É por meio do plano ABC que conseguimos comprovar que a nossa agricultura é sustentável. São pontos bastante positivos, como o governo ter conseguido manter condições para esses programas um pouco abaixo de outros”, finalizou.