Com a expansão do trabalho no campo, a maior dos últimos cinco anos, o agronegócio tem contribuído para a melhora da economia brasileira. Essa é a avaliação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Para 2018, a entidade promete focar no setor leiteiro para aumentar as exportações de produtos lácteos.
Já em 2017, o ano foi marcado pela safra recorde de grãos favorecida pelo clima, mas os preços baixos fizeram com que o produtor tivesse uma rentabilidade menor. Paralelo a isso, o mercado de trabalho apresentou uma boa expansão e a agropecuária foi o único segmento a aumentar em 19 mil o número de vagas de trabalho, fechando o PIB do agro com alta.
“Os demais setores contribuíram para puxar o PIB do agronegócio para o valor que estamos prevendo, próximo a 2%, para 2017.Para o ano de 2018, a gente já estima um crescimento em torno de 0,5% a 1%”, disse o superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi.
Clima
Com o La Niña, o setor espera ter um impacto na produção de grãos em 2018. Principalmente na região Sul do país. “Na região Nordeste, a ideia é que tenha mais chuva e, no Centro-Oeste e Sudeste, que ela tenha um comportamento mais ameno. Então, com isso, a gente espera que a safra de grãos como um todo fique 6% menor em função da corrente”, falou Bruno.
Política e comércio exterior
O ano eleitoral também faz soar o alerta na entidade por causa das questões do câmbio, inflação e juros decorrentes de uma possível reforma tributária, que podem influenciar o comportamento no agronegócio. A CNA, no entanto, se mostra otimista com o cenário das exportações e a possibilidade de novos acordos com países da Ásia.
“O mercado asiático é o que mais cresce no mundo, onde se tem o maior número de consumidores de alimentos e com uma demanda grande de outros países concorrentes do Brasil. Precisamos melhorar a nossa logística de acesso a esses mercados, assim como as condições comerciais e sanitárias”, contou a superintendente de relações internacionais da CNA, Lígia Dutra.
O Brasil é o quarto grande exportador mundial, perdendo apenas para a União Européia, Estados Unidos e China. O objetivo do setor para o próximo ano é trabalhar para transformar o país no maior exportador de produtos lácteos.
“A nossa bandeira, a partir desse ano, será transformar o Brasil em um grande exportador de produtos lácteos, da mesma maneira que já somos o maior exportador de carne. Com isso, em um futuro bem próximo, nós seremos o grande exportador de produto lácteo”, avaliou o presidente da CNA, João Martins.