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Rural Notícias

CNA: roubos e furtos de insumos causam prejuízos bilionários ao agro

Organizações criminosas têm aterrorizado produtores rurais e lucrado com o comércio ilegal de produtos

Organizações criminosas encontraram no campo uma fonte de renda bilionária. Isolados no interior do país ou nas regiões de fronteiras, agricultores sofrem com furtos e roubos de insumos agrícolas. O comércio ilegal desses produtos e os impactos na economia brasileira foram discutidos em evento na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

De acordo com o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Carlos Goulart, é difícil quantificar o número de casos registrados até hoje. “Mas algo que deixou de ser um incômodo e se tornou um problema foram os furtos e roubos de agrotóxicos, de dois/três anos para cá”, comenta.

A produtora Luciane Francio foi vítima de três furtos, que resultaram em prejuízos milionários. “Em uma ocasião, levaram da propriedade US$ 500 mil em defensivos. A outra foi enquanto levávamos os produtos da cidade para a fazenda. Na última, foi fertilizantes: quando chegamos à propriedade, dentro do saco só haviam pedras; o prejuízo foi de R$ 2 milhões”, conta.

Problemas para todos

O coordenador de Tecnologia da CNA, Reginaldo Minaré, afirma que o prejuízo passa de R$ 400 bilhões ao ano. “E atinge todos os setores produtivos, praticamente, não só o agronegócio. Afeta também a indústria e os consumidores finais”, diz

Estudo apresentado durante o evento mostrou o reflexo do contrabando de cigarros na arrecadação fiscal: em 2019, o imposto sonegado ultrapassou o tributo arrecadado. “Outro coisa é a perda de potencial de geração de empregos no campo e na indústria”, afirma Marcos Casarim, economista-chefe da Oxford Economics.

Se é difícil mensurar o tamanho do problema, combater é ainda mais. Para a produtora Luciane Francio, é necessário unir polícias, indústrias e produtores. “Hoje o que busco é a união da indústria com os produtores para melhorar as embalagens e lacres, que são muito vulneráveis. É muito fácil adulterá-las e isso facilita o trabalho dos bandidos”, argumenta.

Minaré destaca que também precisa ser feito um trabalho de conscientização dos compradores. “Tem sido feito e precisa continuar, aprimorar. Quanto mais você tem produtos tecnológicos com alto valor agregado, mais surgem aventureiros querendo ganhar dinheiro fácil com comércio ilegal”, diz.

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