Produtores de Jarinu, no interior de São Paulo, comemoram a colheita antecipada de pêssego. Há alguns anos a região é destaque, sendo a primeira do país a disponibilizar a fruta para distribuidoras e supermercados. Com a estratégia, os agricultores conseguem preços melhores para o produto.
É um período considerado atípico para a colheita do pêssego no Brasil, mas na propriedade de Waldir Parisi, o trabalho não para. Ele conta que graças ao plantio de variedades precoces, desde o fim de agosto, já foram colhidas 60 toneladas da fruta.
– A gente teve a ideia de plantar antecipadamente devido às condições climáticas. A questão da precocidade é de vir uma geada cedo, quando a planta estiver em plena florada, o que pode queimar a florada. Mas ultimamente tem geado muito pouco, são geadas fracas e a florada resiste sem nenhum problema – conta o produtor.
O investimento em variedades resistentes ao frio é comum há alguns anos entre os 20 produtores de pêssego da região. A prática tem dado tão certo que o volume colhido antecipado já representa boa parte da produção anual da fruta do município de Jarinu.
– O início foi há mais ou menos dez anos. Foi mais uma sacada de um produtor de perceber esse nicho de mercado, que ele poderia produzir antes do próprio estado de São Paulo e de outras regiões produtoras, como é o caso do Rio Grande do Sul e Santa Catarina – explica o técnico da Secretaria de Agricultura, José Braga Semis.
As frutas prontas para consumo antes da época tem dado mais lucro ao produtor. Agora, a caixa está sendo vendida a R$ 5 ao quilo, em dois meses, quando a oferta de pêssego aumenta em todo país, a mesma quantidade da fruta terá um valor 40% menor.
– A gente consegue fazer uma média melhor da safra no final do ciclo. Mas a colheita precoce tem um valor mais alto, e com isso conseguimos suportar a alta dos custos no resto do ano – afirma Parisi.
São Paulo colheu em 2014 quase 28 mil toneladas de pêssego. A expectativa é que a safra 2015 supere o ano passado e que o estado continue como o segundo maior produtor nacional da fruta, atrás apenas do Rio Grande do Sul.