O plantio foi fora do período ideal em diversas regiões do país, e o que era um temor se transformou em uma grata surpresa:
– As perspectivas para a safrinha estão muito favoráveis. A colheita está bem no início ainda, mas os produtores estão muito otimistas. A gente tem registrado rendimentos elevados neste início de colheita, com uma entrada muito grande de produto no mercado – explica a analista da INTL F Stone, Ana Luísa Lodi.
A boa produtividade da segunda safra é atribuída ao maior volume de chuva em maio. Especialistas apostam que a segunda safra pode ultrapasssar 51 milhões de toneladas.Para a analista da INTL F Stone, o Brasil deve fechar o ano com produção de 80 milhões de toneladas do cereal. Com a grande oferta do produto, a preocupação com o preço mínimo da saca também aumenta.
– Quando os preços caem muito, há uma demanda por uma intervenção por parte de alguns produtores, mas o governo tem que avaliar a questão de como está a comercialização do grão. Se a comercialização está travada ou não é que vai fazer o governo tomar a decisão ou não de intervir. Ele pode usar os leilões ou também pode adquirir milho para o estoque – relata Ana Luísa.
O governo ainda não sinalizou intervenção, mas a expectativa é de que a agroindústria nacional absorva parte do milho produzido. Com o crescimento dos setores de aves e suínos, a demanda do milho nos estados do Sul e Sudeste pode aumentar em até dois milhões de toneladas, assim como a receita das exportações, que deve ser maior que no ano passado por causa da alta do dólar.
Já o volume dos embarques não deve crescer. As exportações tendem a ficar em torno de 21 milhões de toneladas.
– O mercado mundial de milho é determinado pelos Estados Unidos e pela China, então uma boa safra nos EUA, mais uma vez, provavelmente impactará de forma negativa nossas exportações. O estoque mundial está bastante elevado e a demanda também não está crescendo em um ritmo tão elevado como cresceu nos últimos anos – avali a analista da Tendências Consultoria Marcela Mello.