Agronegócio

Com inverno mais chuvoso em 60 anos, RS terá novo ciclo de temporais

Enquanto isso, o Paraná ainda espera pela umidade para o plantio da safra 2020/2021

Segundo dados da série histórica do Instituto Nacional de Meteorologia, o Inmet, parte do Rio Grande do Sul está vivendo o inverno mais chuvoso desde 1961. O excesso de chuva ficou mais concentrado na metade norte do estado. Em parte da serra gaúcha, na cidade de Caxias do Sul, por exemplo, a estação vai terminando com 680 milímetros de chuva, 200 a mais do que o normal. 

Uma sequência de frentes frias, ciclones e até mesmo ciclone bomba fizeram com que a média climatológica do período, com desvios positivos principalmente nos meses de junho e julho quando as chuvas passaram dos 300 milímetros em algumas localidades da faixa leste do estado. “É importante ressaltar que em alguns locais do estado, como o extremo oeste, a situação é diferente e tivemos áreas com pouca chuva nos últimos 3 meses”, afirma Celso Oliveira, da Somar Meteorologia. Enquanto isso, os produtores do Paraná que tiveram o fim do vazio sanitário no último dia 10, ainda aguardam por umidade para realizar o plantio, algo que só deve acontecer nos últimos dias deste mês. 

O que está chamando atenção no Paraná, mas também em todo o Sudeste, Centro-Oeste, além do interior do Nordeste, são as temperaturas elevadas. Isso porque uma massa de ar seco que toma conta do Brasil Central e inibe a formação de nuvens mais carregadas na região, fazendo a temperatura disparar. Cidades do Sudeste, Santa Catarina e Paraná têm expectativa de calor intenso e até mesmo com potencial para quebra de recordes de temperatura máxima nos próximos dias. Não chove nem mesmo no litoral do Sudeste, que teve dias seguidos bastante úmidos.

Muita atenção para os baixos índices de umidade do ar, o que potencializa a ocorrência de queimadas. Em algumas áreas do estado de São Paulo, como Franca e Barretos, já são mais de 100 dias consecutivos sem registro de chuva acima de 10 milímetros. Embora não chova, são esperados fortes ventos, com rajadas acima dos 60km/h no Rio de Janeiro e litoral norte de São Paulo.  

A chuva segue concentrada no Rio Grande do Sul e sul de Santa Catarina neste fim de semana e virá na forma de temporais com ventania. Os ventos podem passar dos 50 km/h são resultado de uma frente fria no oceano e uma área de baixa pressão atmosférica que se forma na costa. Os maiores acumulados são esperados para a fronteira oeste, sul e Campanha gaúcha 

No Norte, ainda há potencial para chuva acompanhada de trovoadas entre o Acre, Amazonas e em Rondônia. No Nordeste, chuva na faixa leste, por conta da circulação dos ventos que vem do mar. Pancadas isoladas de chuva ainda ocorrem também entre o noroeste do Maranhão e litoral do Ceará.  

No domingo, 13, áreas de instabilidade ainda provocam chuva no Rio Grande do Sul, sul e oeste de Santa Catarina. Não se descarta ainda a chance de temporais nestes estados. Temporais se espalham por boa parte da região Norte, especialmente no Amazonas. Volta a chover de forma mais generalizada e com maior volume no litoral da Bahia. Enquanto isso, tempo firme e muito quente e seco no Brasil Central.