Produtores o interior de São Paulo estão largando décadas de criação de suínos para realizar apenas a engorda dos animais. O cenário se formou após seguidas quedas de preço do produto causadas pela queda no consumo. Em alguns locais, como na propriedade do suinocultor Frederico Colucci, já é possível ver baias vazias e tomadas por teias de aranhas.
“Foi em função de sucessivas crises e mudanças de governo de 12 anos pra cá. Existe uma grande instabilidade no setor, na qual não é possível se programar para investir. Essa foi uma decisão difícil de ser tomada, principalmente pelos 40 anos que tenho na profissão”, disse.
Essa dura realidade já faz parte da vida de alguns pequenos e médios suinocultores da região de Bragança Paulista, no interior de São Paulo. Na propriedade de Frederico, por exemplo, o ciclo completo deixou de ser feito e o produtor optou apenas pela última fase do processo, que é a engorda, deixando uma tradição de 70 anos para trás. Segundo o produtor, o preço do suíno vivo chegou a R$ 4,40 em março e despencou para R$ 3,73 em abril. Na última semana, porém, ele conseguiu receber R$ 4 pelo quilo vivo.
Até o mês de abril, o país manteve a exportação em alta. Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) aponta que foram comercializadas 180 mil toneladas de carne suína, com mais de US$ 150 milhões de faturamento. De acordo com o analista de mercado César Castro Alves, os preços vão continuar caindo.
“A própria sazonalidade do suíno é de queda de preços. Quando o frio chegar, o consumo pode se aquecer, mas é bom lembrar que tanto as vendas de carne de frango e boi estão fracas e isso faz com que o consumo de suíno também não tenha muita reação”, disse.
Boi gordo
Durante o Rural Notícias desta terça, telespectadores enviaram mensagens contando a situação do mercado após a operação Carne Fraca, da Polícia Federal. Confira: