Com apenas 23% da área rural coberta com sinal de internet móvel, o Brasil poderia ampliar o valor da produção agrícola em até R$ 100 bilhões com a ampliação do sinal de telefonia. A estimativa consta de estudo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) divulgado na última semana pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria.
O estudo apresentou projeções de aumento do Valor Bruto da Produção (VBP) em dois cenários de ampliação de cobertura do sinal móvel de internet (2G, 3G e 4G) até 2026. O impacto positivo corresponderia a R$ 47,56 bilhões, no caso de ampliação da cobertura das áreas rurais de 23% para 48%, e a R$ 101,47 bilhões, num eventual aumento para 90%. Atualmente, o VPB está em R$ 1,057 trilhão.
O primeiro cenário contempla a modernização das 4,4 mil torres de telefonia celular existentes no país. O segundo considera a instalação de 15.182 novas torres em todo o território nacional.
Segundo Sibelle de Andrade Silva, diretora do Departamento de Apoio à Inovação para a Agropecuária do Ministério da Agricultura, ter conectividade significa ter infraestrutura. “Se fizermos um paralelo, é o equivalente ao que foram as rodovias em outros tempos. Ao levar a conectividade, não apenas a internet em si, possibilitamos que produtores rurais que já têm celular possam usar uma ferramenta para fazer compras ou avaliar uma previsão climática. Ele pode ter uma assistência técnica remota, em tempo real”, disse.
Segundo ela, levar conectividade ao campo é levar inovação e conhecimento. “Então, levando a conectividade para as plantações, poderemos elevar o poder bruto da nossa produtividade. Existem máquinas com alta capacidade tecnológica, onde conseguem se conectar para gerar colheitas mais eficientes, mas nada disso adianta sem internet disponível. (…) É um insumo fundamental, que gera qualidade de vida e inovação”, completou.