No início da safra, à primeira vista, pode parecer uma flor que ainda não desabrochou. Conhecida como fruta dragão por causa da aparência, a pitaya vem ganhando espaço no paladar do consumidor. Ainda pouco explorada no país, um dos atrativos para o agricultor é o preço: em alguns mercados, o quilo do produto chega a R$ 50.
O engenheiro agrônomo da prefeitura de Jundiaí (SP), Felipe Magro, diz que os produtores estão buscam informações para começar um pequeno plantio e, após trabalharem um pouco com a cultura, começam a crescer.
“Em Jundiaí temos uva, caqui, pêssego; comparando, a pitaya tem um preço atrativo. Varia bastante! Se você vai mandar este produto para o mercado, para uma indústria, por exemplo, que faz a pitaya congelada”, explica Magro.
No estado de São Paulo, a região de Jundiaí é uma das que mais cresce no cultivo. Um dos pioneiros é o João Brunelli. São oito anos manejando a fruta – o que começou como uma curiosidade, deu certo. Com 860 pés plantados atualmente, ele já tem planos para chegar a 1,5 mil.
Da muda à colheita, o ciclo da pitaya dura em torno de 60 dias. Ao ano, são três floradas. Plantada em hastes, a primeira fase do fruto é o broto, que depois se transforma em flor. Nesta etapa, o fruto começa a encorpar, até que cresce e, aos poucos, ganha uma coloração avermelhada. Depois de colhida, é aconselhável esperar três dias para o consumo.
Há dois anos a propriedade de Brunelli faz experimentos para trazer novos produtos ao mercado, utilizando dois tipos da fruta: a de origem colombiana e uma típica do cerrado de Minas Gerais e do Espírito Santo. “São frutas ótimas de sabor doce, uma parecida com a outra. A pitaya do cerrado brasileiro está se desenvolvendo muito bem aqui. Nós temos intenção de fazer um cruzamento entre as duas espécies para ver se conseguimos uma outra variedade”, conta.
Magro afirma que, há alguns anos, o cultivo era mais restrito, mas fruta vem ganhando o Brasil inteiro. “A gente pode observar, hoje, produção em Mato grosso do Sul, Minas gerais e Paraná. Graças ao potencial de adaptá-la a regiões que a gente nem imaginava”, diz.