A missão chinesa se reuniu com lideranças do agronegócio e o governador do estado, Pedro Taques, para discutir a viabilidade econômica da Ferrovia Transcontinental.
– A construção dessa ferrovia certamente vai desenvolver um papel muito importante para o desenvolvimento sócio e econômico na região – explica o embaixador chinês.
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O governador de Mato Grosso destacou que a obra é uma grande oportunidade para o estado, que pode ser beneficiado com a economia nos custos do frete.
– Representa a possibilidade dos nossos produtos chegar ao mercado internacional a preços competitivos. Essa diferença no transporte da tonelada que nós economizaremos ficará aqui no estado, para que nós possamos concretizar as políticas públicas – projeta o governador.
– Acreditamos que não será simples, pois envolvem três países: Peru, Brasil e China. Mas faz todo o sentido, uma vez que você está abrindo as portas do Pacífico para o Brasil, através de uma ferrovia moderna, sobmedida para cargas pesadas. Além disso, uma estrutura portuária importante no Peru já está disponível para receber esses investimentos – comenta o secretário de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso, Marcelo Duarte.
A comitiva, que reúne empresários e o embaixador, esteve em Rondônia antes de começar a visita por municípios mato-grossenses. Em Lucas do Rio Verde, o embaixador chinês fez questão de comentar a impressão que teve do estado.
– Essa é a minha primeira visita a Mato Grosso, mas os dois dias já me deixaram muito impressionado. Mato Grosso tem uma história com a gente, mas o seu ritmo de desenvolvimento é muito rápido e com um espírito empreendedor. O povo de Mato Grosso conseguiu construir o celeiro do mundo em pouco tempo – afirma Li Jinzhang.
Expectativa
Principal projeto do novo plano de concessões do governo federal, a Ferrovia Transcontinental deve contar com investimentos na ordem de R$ 40 bilhões, quase a metade dos investimentos estimados para o setor de ferrovias. O anuncio agradou o setor produtivo de Mato Grosso.
– Os chineses sabem fazer rodovia, fazem muitas com grande qualidade. Eles têm dinheiro para financiar a obra, o que talvez o Brasil não tenha. O interesse econômico que eles têm por essa região de grãos, os chineses têm interesse nesse grão e é uma forma de reduzir o frete. A construção da ferrovia também faria eles se livrarem dessa dependência do Canal do Panamá, dominado pelos norte-americanos – comenta o produtor Ricardo Ariolli.
Também tem produtor desconfiado com o projeto, mas existe a torcida para que a obra saia do papel.
– Temos que ver, já teve projeto de ferrovia aqui em Lucas do Rio Verde e até agora não saiu do papel. Mas vamos torcer para que sim, os chineses tem essa necessidade de comida e nós produzimos comida, então vamos achar um jeito de levar essa comida mais barata para eles – diz o presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde, Carlos Alberto Simom.
Representação comercial
Além da ferrovia, o embaixador da China no país fechou uma parceria com o governo de Mato Grosso para a construção de um escritório de representação do estado no país asiático. A ideia é ter cada vez mais alianças comerciais com os chineses.
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– Nós lançamos ao embaixador alguns desafios, para que os empresários mato-grossenses possam fazer a inauguração desse escritório lá. Com isso, podemos aumentar o nosso volume de exportação para a china, que já é muito grande. 56% da nossa produção de proteína vegetal é exportada para a China – explica o governador do estado, Pedro Taques.