O consumo de café no Brasil aumentou em 2015 e chegou a 81 litros por habitante. Isso significa que cada brasileiro toma cerca de 200 ml de café por dia, ou quatro xícaras pequenas. Além da quantidade, aumentou também a exigência do público, que passou a conhecer melhor o produto e buscar maior qualidade.
De acordo com o diretor da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) Nathan Herszowicz, o brasileiro elevou o consumo da bebida mesmo com a crise e deve manter essa tendência em 2016.
Segundo pesquisa da Abic, o café está presente em 98% dos lares brasileiros e o consumidor não deixa de comprá-lo mesmo quando o orçamento aperta. “Ele apenas migra para marcas mais baratas”, diz o diretor.
O barista e especialista em cafés Antonello Monardo aposta que a maior exigência em qualidade é que está movimentando a cadeia do segmento. Segundo ele, isso vale também para o agricultor, que não se contenta mais com o café commodity e melhorou sua produção, produzindo melhores mudas e grãos, para ganhar mais na saca. “Faz até carinho nas plantas”, brinca Monardo.
Os melhores grãos, de acordo com o barista, são os chamados cafés gourmet. Para serem classificados nessa categoria, eles devem ser 100% arábica e do tipo bebida mole. “É um café que dá prazer, que se sente nuança, uma torra que não seja nem clara nem escura demais. E sem defeitos”, diz ele.
O setor produtivo vive um grande momento no mercado brasileiro, afirma o assessor técnico da comissão de café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Fernando Rati. Além do crescimento contínuo da produção, afirma, houve também elevação das exportações, inclusive de grãos de alta qualidade.
“É uma grande oportunidade para o cafeicultor brasileiro para este ano e para os próximos também”, diz Rati.