Os cooperativistas apontam as incertezas da política na economia e a dificuldade de diálogo entre o Planalto e o Congresso e ampliam a agenda institucional do cooperativismo.
A agenda institucional do cooperativismo conta com 39 projetos prioritários para o setor enfrentar o atual momento da Economia. A entrega foi feita para representantes do legislativo, executivo e judiciário. O setor, que envolve mais de 11 milhões de associados, exerce papel importante nas áreas econômicas e sociais.
– Ele (o setor) precisa de política pública, ele precisa da compreensão do Estado, precisa de financiamento, precisa do adequado tratamento ao processo de gestão e esse processo é importante. Que seja compreendido pelo executivo nas diversas esferas, Ministério da Agricultura, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério do Trabalho, todos os órgãos importantes do executivo são fundamentais que compreendam esse papel da cooperativa – afirma o presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Marcio Lopes.
Para o juiz federal Newton Pereira Neto é importante que a justiça conheça a realidade das principais pautas do cooperativismo do Brasil, na medida em que, hoje, o cooperativismo responde por um quarto da parcela do trabalho formal no país.
Entre as propostas, está o chamado Ato Cooperativo, que trata da bitributação e vem tramitando no Congresso desde 2005.
– Nós estamos numa barreira, a Constituição diz que as cooperativas tem que ter um tratamento tributário adequado, isso significa que não é igual aos outros. Tem que ter, de alguma maneira, um diferencial que caracteriza o que é uma cooperativa, que não é uma sociedade capital, é uma sociedade de pessoas e nós vamos lutar neste sentido – justifica o presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), Osmar Seraglio.
Além da agenda institucional, os cooperativistas já finalizaram as sugestões para o Plano Safra e vão entregar nos próximos dias para os ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário. A OCB espera pela manutenção dos mesmos recursos disponibilizados na safra passada para custeio e investimento. Com relação aos juros, o aumento é esperado, mas o pedido é que seja compatível com a realidade do mercado.
– Acreditamos que devemos ter um repasse, da mesma proporção que teve o aumento da Selic, na pior das hipóteses. Mais do que isso seria explorar um setor que está dando certo e botar em risco este setor da economia – indica Lopes.