A cota para importação isenta de etanol de países de fora do Mercosul, criada sob medida para os produtores americanos em setembro, perdeu a validade no início da semana e não há sinais de que será renovada. O Itamaraty não obteve avanços nas negociações para ampliar a entrada de açúcar brasileiro nos Estados Unidos, e a derrota de Trump nas eleições americanas deve dificultar as conversas sobre o assunto.
A cota aprovada em setembro pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) permitiu a importação de mais de 187 milhões de litros de etanol isentas da Tarifa Externa Comum de 20% por 90 dias, um adendo à cota anual de 750 milhões de litros que havia sido vencida no fim de agosto.
“De abril até novembro deste ano, a cota não facilitou a importação por causa da alta taxa cambial. A partir de novembro, o real voltou a se valorizar e o etanol americano ficou mais barato, então a importação está vindo com força”, explica o diretor da Job Economia, Julio Maria Borges.
De acordo com ele, a não renovação da cota será muito conveniente para o produtor brasileiro. “A não renovação vai dificultar a importação e, com essa inibição, tem menor pressão de produto no mercado interno”, explica.