O Tribunal de Contas da União (TCU) apresentou nesta terça-feira, dia 12, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Funai e do Incra as irregularidades que levaram o órgão a suspender o processo de Reforma Agrária no Brasil. As denúncias serão usadas pelos parlamentares nas investigações.
Desde 1998, o TCU vem pedindo maior rigor na seleção dos beneficiários. O ex-diretor do órgão Tiago Modesto Carneiro Costa disse na CPI que havia direcionamento das seleções por indicação de entidades particulares e falta de transparência. “Não tinha lista de divulgação dos assentados, e os candidatos eliminados não tinham como recorrer ao Incra da decisão”, afirma.
Entre os beneficiários considerados irregulares, estão 104 mil servidores públicos e 40 mil empresários, além de políticos, que não poderiam ocupar terras recebidas pelo Incra. O TCU calcula que o valor das terras hoje ocupadas irregularmente soma R$ 159 bilhões.
Para os deputados que compõem a CPI da Funai e Incra, os dados fornecidos pelo TCU traz credibilidade para o processo da comissão.