Produtores de soja de Mato Grosso que ainda não compraram sementes para a próxima safra terão que comprar o produto à vista. A maioria das sementeiras do estado está endividada, sem recursos para financiar a venda a prazo.
Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), Carlos Augustin, não há como facilitar o pagamento para os agricultores neste momento, pois as empresas também foram afetadas pelo baixo desempenho da economia do país. “Estamos no mesmo barco. O agricultor que não puder pagar à vista vai ter que procurar outra maneira de financiamento”, afirma.
Ele afirma que todo o Centro-Oeste enfrenta dificuldades. Para melhorar o cenário, seria preciso renegociar as dívidas. Augustin cobra do governo medidas que compensem as dificuldades vividas pelo setor na região, prejudicada pela seca.
A sementeira em que trabalha o gerente de produção Ronaldo Watanabe fica no alto da Serra da Petrovina, local considerado ideal para a produção de sementes de soja, por causa da altitude. O clima costuma ser favorável na região, mas neste ano a estiagem comprometeu 5% da produção.
Watanabe conta que a seca começou a ser enfrentada em outubro, durando cerca de um mês. No final da safra, houve mais um mês de falta de chuvas, com altas temperaturas. Ele afirma, no entanto, que a qualidade das sementes não foi afetada.
“Guardamos apenas sementes de qualidade, com mais de 85% de germinação”, diz.
O padrão de qualidade foi estabelecido pela Aprosmat para todas as sementeiras do estado. O presidente da entidade afirma que o regulamento está em vigor desde o início do ano.