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Crise do milho põe em risco 60% dos empregos em município do oeste catarinense

Cidades como Chapecó dependem economicamente do setor primário, e sofrem impacto direto na geração de riqueza e na manutenção de postos de trabalho com a escassez do cereal

Fonte: Canal Rural

O oeste de Santa Catarina enfrenta pela segunda vez, em menos de dez anos, uma das maiores crises no abastecimento de milho. A região depende economicamente do setor primário, sobretudo de atividades como avicultura e suinocultura, que têm o cereal como um de seus insumos mais importantes. Assim, a escassez de milho na região tem impacto direto em municípios como Chapecó, onde 60% dos empregos são gerados por agroindústrias.

No mês de abril, foram criadas 800 vagas de emprego na cidade, que é tida como a capital do agronegócio do oeste catarinense. Mas esses postos estão ameaçados, e pode haver demissões e achatamento de salário em consequência da perda de poder aquisitivo da população local.

O comércio já começa a sentir os efeitos da crise. O gerente de loja de produtos agropecuários Lourenço Louvatel afirma que o movimento caiu em torno de 20%.

Algumas agroindústrias da região reduziram o ritmo de trabalho. A cooperativa Aurora, que gera 26 mil empregos diretos, por exemplo, vai suspender um dos turnos de abate. Para o economista Marcio da Paixão Rodrigues, especialista em economia rural, a diminuição da produção e da riqueza levam à redução de indicadores sociais. “Inclusive havendo a possibilidade de exclusão de famílias do campo”, afirma.

Os municípios da região já passaram por situação similar em 2012. Na época, Santa Catarina havia semeado milho em 600 mil hectares, mas a estiagem jogou a produção para baixo. Desta vez, o estado plantou em uma área pequena, e sofre com o aumento do volume de milho exportado.

De acordo com o secretário de Agricultura e Pesca de Santa Catarina, Moacir Sopelsa, o Brasil “escancarou as porteiras”, enviando milho para países concorrentes produzirem carne. Ele cobra uma política de equilíbrio nos embarques do cereal. “O governo deve ter uma taxa de exportação para que esse milho possa ficar no país e você passar esse resultado ao produtor”, afirma.

Rodrigues acredita que a melhoria das condições no campo só ocorrerá no ano que vem. Enquanto isso, aconselha o produtor rural a não realizar mais investimentos, tentando manter seu capital. O importante, segundo ele, é não desativar a produção no curto prazo, mas tentar retardá-la para ver como ficará o cenário.

O primeiro passo para Santa Catarina sair da crise, segundo o secretário de Agricultura, é aumentar o plantio de milho no estado, o que já estaria em negociação com cooperativas e a federação de agricultura local. Ele afirma que também está sendo feita parceria para oferecer um preço mínimo pelo grão, o que daria segurança ao produtor.

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