Custo da energia elétrica deve subir e preocupa avicultores de SP

Serviço é um dos principais custos para o produtor, que deve encarar aumento nos próximos meses 

Fonte: Embrapa/divulgação

O custo para o produtor de aves em São Paulo deve aumentar. Depois de registrar queda em 2016, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) alerta que a energia elétrica, um dos principais itens da planilha de gastos, deve voltar a subir. E os produtores já começam a fazer as contas.

Alexandre Balancin é avicultor de Santa Bárbara d’Oeste, interior de São Paulo. Para manter a produção de 50 mil aves de corte é preciso deixar diversos equipamentos ligados 24 horas por dia, como os ventiladores e exaustores, que ajudam a manter a temperatura controlada. O frango é vendido por R$ 0,70; desse valor, 5% são destinados para pagar a energia elétrica. 

“Dependo muito de refrigeração. Tenho que manter a temperatura baixa para o frango conseguir se alimentar melhor”, afirmou. 

De acordo com dados do Cepea, entre dezembro de 2015 e 2016, a redução média da conta de luz no setor de avicultura foi de 2,55%. O analista Marcos Iguma afirma que a energia elétrica representa muito nos custos do produtor, principalmente dos avicultores brasileiros. 

“O produtor integrado é o que tem um sistema de parceria com a indústria. Então, ele recebe a maior parte dos insumos, ração e assistência técnica da indústria. Do que fica, a energia elétrica corresponde muito”, conta. 

Outros grandes gastos que a avicultura enfrenta são: mão de obra, que representa cerca de 30% dos ganhos, e manutenção de equipamentos. Esses também tiveram ligeira queda na pesquisa. Apesar de os custos de produção estarem em baixa, o analista do Cepea já adianta que a energia elétrica vai voltar a subir.

“Aumentou um pouquinho o custo neste começo do ano, principalmente por causa da alteração da bandeira, que já está vermelha. Então, o reajuste vai pesar um pouco no bolso”, conta Marcos Iguma. 

“Vamos ver o que vai acontecer com nosso trabalho. Vamos ver quanto vai subir a energia e o que vai sobrar para o produtor”, projeta Balancin.