O custo dos principais insumos é 30% maior no Brasil frente à média do Mercosul, aponta comissão formada por representantes do setor produtivo. O grupo apresentou as demandas sobre entraves para a futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e representantes da área econômica. De acordo com a entidade, muitos defensivos, por exemplo, são feitos aqui no país e exportados para os vizinhos com tributações diferenciadas.
O economista da Farsul, Antônio da Luz, explica que elevar os custos reflete diretamente no valor final do produto. “Só que nem sempre o comprador interno ou externo está disposto a pagar mais caro. Como é que vamos competir em um mundo que subsidia a produção, tributando a nossa?”, questiona.
A comitiva sinalizou que o Brasil precisa tornar o comércio interno mais justo, para que os produtos agrícolas sejam competitivos dentro e fora do país. “Temos uma perspectiva muito boa com relação com esse governo. Que a gente consiga avançar nesses quesitos e que tenhamos uma condição melhor de igualdade e competitividade”, declara o vice-presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do RS (Federarroz), Alexandre Velho.
Para o leite, setor que teve a crise acentuada pelas importações recentes do Uruguai e Argentina, fica a expectativa para o ano que vem de compras governamentais e a delimitação de cotas para os vizinhos do Mercosul.
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), o que os produtores querem é previsibilidade de quanto novos volume vão entrar. “Não que aconteça como foi agora: em dois meses entrou o dobro do ano passado. Foi a 18 mil toneladas”, afirma.
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