Pela primeira vez a China desbancou o Brasil como maior parceiro comercial da Argentina. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística da Argentina (Indec), em abril, o país vizinho exportou US$ 509 milhões para os chineses principalmente em soja e carne bovina, um aumento de 50,6% ante igual mês de 2019. Para o mercado brasileiro, as exportações somaram US$ 387 milhões, queda de 57,3%.
Na opinião de Miguel Daoud, a grande preocupação é que os chineses estão evoluindo no comércio de manufaturados com nossos vizinhos. “A China vem dando desconto de 70% em produtos manufaturados. Nós, o Brasil, temos 10 mil automóveis bloqueados na fronteira por empecilhos burocráticos e a Argentina não consegue colocar para dentro. Estamos perdendo a Argentina e eles serão a porta de entrada da China na América do Sul”, avaliou.
O comentarista ressaltou que o Brasil tem perdido espaço na venda de manufaturas e que a Argentina era um dos poucos mercados que ainda eram clientes. “Nossa diplomacia agrediu a China, mas para a nossa sorte, eles ainda dependem do Brasil, mas nós não queremos ficar exportando só produtos primários como soja e carne”, disse.
