Ambientalistas apresentaram nesta terça-feira, dia 19, uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva que mostra que 28% dos alimentos estão contaminados com substâncias não permitidas no Brasil. Os ruralistas rebatem a informação e defendem a aprovação de um lei que tire a burocracia do processo de registros.
Parlamentares ambientalistas discutiram a utilização de agroquímicos no campo. O tema foi proposto pelo deputado Paulo Teixeira, do PT de são paulo. Para ele, a licença de alguns produtos deveriam ser revistas.
“Se o mundo inteiro já resolveu, porque nós não podemos resolver? Eu acho que o Brasil é um país muito permissivo em relação aos agrotóxicos e nós precisamos botar regras, senão nós vamos submeter o povo brasileiro a continuar a consumir veneno”, falou.
Os deputados estão usando a pesquisa, que revela que cerca de 70% dos alimentos in natura consumidos no país estão contaminados por algum tipo de defensivo, para promover mudanças. Os ruralistas, no entanto, argumentam que, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 99% dos alimentos vegetais consumidos no Brasil estão livres de agrotóxicos que podem oferecer risco à saúde humana.
Ao contrário dos ambientalistas, o setor agrícola trabalha com projetos de lei que tramitam no Congresso, para que as regras do uso de defensivos sejam desburocratizadas. “Esse projeto é sobre avaliação do risco. Atualmente, o ‘achômetro’ é um problema”, relatou o deputado federal Valdir Colatto, do PMDB de Santa Catarina.
A bancada ruralista defende também que o uso de agroquímicos é importante para o controle de pragas e doenças. Segundo eles, é impossível saber como seria a agricultura no país sem os produtos.
“Se você tirar o paraquat e o glifosato, por exemplo, se acaba com a maior prática conservacionista do Brasil, que é o plantio direto. Com isso, vamos deixar nossas terras para a Argentina, na erosão. O Brasil vai para os rios? não, nós temos que conciliar e fazer uma boa aplicação, porque qualquer coisa é veneno e usada na dose incorreta”, finalizou Colatto.