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Dia da Mulher Rural: conheça a história de Ana do Mel

Ela largou o emprego na cidade para trabalhar no campo. Em pouco tempo, toda a família foi envolvida pelo agro

Fonte: Dinho Souto/MDA

As mulheres são conhecidas por ter a força, conhecimento e dinamismo, qualidades essenciais para conseguir ter sucesso na lida diária e muitas delas estão mudando tudo para viver da agricultura. Neste domingo, dia em quem é comemorado o Dia Internacional da Mulher Rural, vamos conhecer a história de Ana Coutinho, uma produtora rural que começou com uma pequena criação de abelhas e, com o passar dos anos, acabou modificando a história de toda a família.

Em uma área de 150 mil metros quadrados, são plantadas 40 variedades de plantas em Parelheiros, um distrito localizado na zona sul da cidade de São Paulo. “Essa foi uma iniciativa minha e hoje todos trabalham com as mãos na terra, com uma divisão de tarefas em pé de igualdade”, disse.

Antes de se dedicar à agricultura, Ana era professora em uma escola de educação infantil. Com a chegada do filho, sentiu a necessidade de ficar mais próxima da família e mudou de atividade, com uma pequena produção de mel voltada apenas para o sustento da família.

Com o passar do tempo, ela abriu uma pequena empresa e começou a ampliar a produção com pés de alface, café, jabuticaba e outras culturas, sempre respeitando o manejo da agricultura biodinâmica. “Eu planto morangos que tem as mudas multiplicadas em caixas. Com isso, não tenho que ficar abaixando e consigo trabalhar em uma altura bem acessível”, disse ela falando de uma de suas plantações preferidas.

A propriedade é baseada no sistema de agroflorestal, onde uma cultura auxilia a outra. “Esse sistema contribui para o equilíbrio, onde algumas culturas acabam fazendo sombra para aquelas que precisam mais. Há também a questão da fertilidade do solo, porque as plantas não só retiram os nutrientes como também disponibilizam, promovendo o equilíbrio”, disse.

Como tudo teve início com a produção de abelhas, a produtora é conhecida como a Ana do Mel. Toda a produção é vendida diretamente ao consumidor em feiras de produtos orgânicos e vizinhança. O marido, Paulo Coutinho, que trabalhava no mercado financeiro, também largou tudo e se tornou mais um produtor, mas sob o comando da mulher.

“Acho muito importante apoiar a Ana nessas funções. Ela consegue ter uma visão que eu não consigo”, falou Paulo.

A história de vida de Ana do Mel virou um exemplo para outras mulheres que buscam espaço no agronegócio. “Eu brigo muito pela valorização da mulher no campo, principalmente nas pequenas propriedades, onde as pessoas realmente trabalham com a terra. Aquela dona de casa que tem uma hortinha ou um canteiro, a mensagem que tenho para elas é que vejam isso como uma fonte de renda”, disse.

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