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Dólar alto aumenta custo de insumos, mas beneficia exportações

Enquanto insumos ficam mais caros, preço de venda de grãos e outros produtos exportados ficam mais competitivosOs adubos estão em média 10% mais caros em função da alta do dólar. A valorização da moeda norte-americana encarece os custos de produção, mas pode ser benéfica para os produtos exportados.

Os preços dos adubos subiram em média 10% neste início de 2015 em comparação com o mesmo período do ano passado. A maior parte do nitrogênio, do fósforo e do potássio consumidos no Brasil é importada. Por isso, quase sempre, dólar valorizado significa fertilizante mais caro.

– Houve um aumento mais alto no preço do fertilizante da soja, porque ele tem um consumo grande de potássio e o potássio subiu mais de preço que os outros elementos. No caso, por exemplo, da cana já é ao contrário. Como consome muito nitrogênio, manteve-se mais o preço do fertilizante – explica o diretor-executivo da Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil (Ama BR), Carlos Florence.

O real é uma das moedas que mais tem se desvalorizado em relação ao dólar. Nos últimos 12 meses, a cotação da moeda norte-americana subiu mais de 18% aqui no Brasil. De acordo com o último Boletim Focus divulgado pelo Banco Central, a expectativa é que a cotação do dólar fique na média de R$ 2,81 durante o ano e que chegue ao final de 2015 cotado em R$ 2,90.

Apesar de encarecer o custo, a alta do dólar beneficia algumas commodities. É o caso da soja e das carnes. O produtor rural que comprou os insumos há alguns meses, quando o dólar valia menos, agora vende a produção com o dólar valendo mais, o que representa maior receita. Mas esta lógica não vale para tudo que é exportado pelo agronegócio.

– Tanto em café, quanto em cana, existem estudos econométricos que existe uma correlação entre alta de câmbio e queda de preço no mercado internacional. Porque a alta de câmbio mostra ao mercado um estímulo ao produtor local, que são os maiores exportadores mundiais e, consequentemente, isto afeta o preço internacional. Não é um pra um, mas existe este efeito – afirma o vice-presidente Comercial do Banco Indusval, André Mesquita.

Para os produtos que são consumidos no mercado interno como frutas, verduras e hortaliças a situação é preocupante, porque o custo cresce, mas o preço final não sobe com a variação do dólar. A analista Amarillys Romano, o câmbio não é o principal motivo para o aumento dos custos de produção em 2015.

– Agora, especificamente neste ano, a gente tem que tomar cuidado com duas tarifas que estão oscilando, ou sendo reajustadas em função de variáveis internas, que é o preço da energia elétrica e a questão dos combustíveis – orienta ela.

Para reduzir perdas e até ganhar com a valorização da moeda norte-americana é preciso ficar atento aos movimentos do câmbio e negociar na hora certa.

– Pode haver momentos que o dólar cai abaixo de R$ 2,80, mas uma coisa é você falar de tendências, outra coisa é você falar de dias. Aproveitem estes momentos e façam suas compras de insumos. Porque aí você vai ter uma melhor correlação de preço e insumo, principalmente adubo que é diretamente dolarizado. E também vai ter os repiques e aí aproveitem pra fazer suas fixações. Tentar arbitrar um pouco estes momentos de trava de insumo e produto – sugere Mesquita.

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