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Dólar alto faz sojicultor optar por venda antecipada

Em Mato Grosso, mais de 7% da safra já foi comercializada; produtores temem que a moeda norte-americana e o preço do grão diminuam no final da safraO plantio da safra 2015/2016 de soja ainda nem começou, mas a comercialização do grão ganha fôlego. A alta nas cotações do dólar e o possível recuo nos preços do grão no ano que vem têm motivado a venda em antecipada.

 Em Mato Grosso, maior estado produtor da oleaginosa, 7,3% da produção já foi negociada, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). No mês passado, mais de dois milhões de toneladas foram vendidas. A média de preços em Mato Grosso no mês de maio ficou em R$ 51,51 por saca. De acordo com especialistas, a venda antecipada é comum. 

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Só que neste ano a comercialização foi impulsionada pela alta do câmbio. Comercializar parte da safra agora pode ser uma boa alternativa para quem quer financiar a produção, já que os insumos também são cotados pela moeda norte-americana.

– Para aquele produtor que já fechou seu custo de plantio para a próxima safra e já comprou os seus insumos a esse dólar mais elevado, é claro que fica mais interessante ele fechar a venda porque, da mesma forma que ele pagou um insumo com o câmbio elevado, o produtor está se beneficiando do câmbio elevado. Então ele já mata os dois: a compra e a venda com o mesmo câmbio – explica o analista Vinícius Xavier, da INTL FCStone.

A analista e sócia da Tendências Consultoria, Amaryllis Romano, também aposta neste cenário. A orientação dela é que o produtor trabalhe com cautela no mercado.

– O ideal seria tentar fazer um preço médio ao longo desse período. O agricultor sempre usar aquela conta de negociar antecipadamente aquilo que for necessário para ele levantar o capital de giro que ele precisa plantar a sua safra – comenta o especialista da INTL FCStone.

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Ainda é muito cedo para confirmar se a comercialização antecipada foi uma decisão certa. É preciso levar em conta a situação da soja norte-americana. A expectativa é de uma safra volumosa nos Estados Unidos, cerca de 104 milhões de toneladas, um pouco menor que as 108 milhões de toneladas colhidas no último ciclo. Mas mesmo assim é um número expressivo, o que pode representar queda nos preços.

– Nós ainda temos todo um mercado climático para acontecer. Ainda tem todo mês de julho para entrar, o mês de agosto. A gente sabe que clima, mesmo que esteja estimado para ser um clima, outros fatores acabam condicionando isso. O clima não é mais um reloginho, de repente o cenário muda do dia para noite. Para dizer que será uma safra cheia e os preços serão menores que hoje, é preciso esperar – diz Vinicius Xavier.

Aposta na comercialização

O produtor rural Luiz Carlos Nardi, de Sorriso (MT), já vendeu mais da metade da safra que nem ainda foi plantada. Nardi ainda está colhendo o milho cultivado em dois mil hectares. A negociação ocorreu ainda durante a safra passada. Ele afirma que o motivo da comercialização foi a valorização do dólar na época.

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O sojicultor ainda não conseguiu cobrir todos os custos de produção com essa venda, mas ele não se arrepende, inclusive ele acredita que a comercialização antecipada é o movimento mais adequado.

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