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'Produtor pode ser prejudicado por dólar alto se preços caírem'

Economista comenta a tendência para a moeda norte-americana e os reflexos no bolso do agricultor brasileiro

O dólar fechou esta quarta-feira, 26, a R$ 4,445, maior valor desde a implementação do Plano Real. De acordo com economista e sócio da GO Associados, Gesner Oliveira, com o clima de apreensão ante a proliferação do coronavírus, a moeda norte-americana deve continuar pressionada. “As pessoas procuram por ativos seguros, e o dólar é considerado um. Logo, a demanda por ele no mundo aumenta”, diz.

Segundo o especialista, o impacto do dólar na produção agropecuária dependerá da cultura — se ela depende mais ou menos de insumos importados. “Para aqueles que dependem mais, pode ter um impacto parcialmente negativo”, afirma.

Outro fator que deve ser levado em consideração são os preços internacionais das commodities. “Pelo que observamos nos números do primeiro trimestre, o desaquecimento da China vai prevalecer. Assim, pode haver exportações de commodities com um preço mais baixo, o que seria desfavorável mesmo com o dólar mais alto”, diz.

Até onde vai o câmbio?

Oliveira afirma que não há razão para pânico. O economista afirma que o Banco Central do Brasil tem uma reserva de dólar suficiente para segurar uma “explosão”. “O que podemos esperar é volatilidade, conforme saem notícias sobre epidemia ou até pandemia; ora no bom sentido, ora em uma linha mais pessimista. Teremos grande oscilação nas próximas semanas”, analisa.