Invasão, tortura, destruição e roubo. Essa tem sido a dura rotina vivida por produtores rurais do estado de Rondônia, um estado que está abrigando uma nova modalidade de conflito agrário encabeçado por grupos considerados extremamente perigosos e preparados.
No dia 21 de abril, a Fazenda Santa Carmem, a 190 quilômetros de Porto Velho (RO), foi invadida por cerca de 40 homens fortemente armados. Relatos de funcionários mostram que o grupo agiu com muita violência, inclusive com técnicas de tortura, e destruiu veículos e alojamentos, fugindo levando outros veículos e tratores.
Em visita ao estado nesta sexta, 7, o presidente da República, Jair Bolsonaro, falou sobre os ataques e prometeu ação. “Não tem espaço aqui para grupos terroristas. Nós temos meios de fazê-los entrarem no eixo e respeitar a lei”, falou durante a inauguração da ponte do abunã, sobre o rio madeira, em Rondônia
Para o comentarista Miguel Daoud, essa questão de violência no campo é muito preocupante. No caso de Rondônia, a suspeita é de que os grupos tenham ligações com o narcotráfico. “Ali é quadrilha que tenta tomar através do medo e o risco maior é que se, ao entregar o estado para esse terroristas, acaba criando condições de facilitar o tráfico de drogas. A gente sabe que a rota da cocaína passa por alguns países da América do Sul e esses ataques não são ataques de pessoas que querem terras para produzir”, falou.