O Projeto de Microbacias distribui R$ 70 milhões para cooperativas e associações de produtores rurais em São Paulo. Os recursos subsidiados são do Banco Mundial, mas muitas entidades ainda têm dificuldade para acessar esse tipo de recurso.
Em Ibiúna, no interior de São Paulo, uma cooperativa agropecuária investiu R$ 1 milhão em maquinário para lavar e embalar verduras, além de fazer melhorias no barracão. “Isto agrega valor ao produto, dando padrão de qualidade e garantia no mercado. Isso também liberar o produtor para que ele faça aquilo que é o foco dele, que é plantar um bom produto”, comentou o gerente de qualidade do Cooperativa Agropecuária de Ibiúna (Caisp) , Hélio Trombini.
A maior parte dos recursos veio do projeto Microbacias II, com subsídio do Banco Mundial De 2015 a 2017, 117 cooperativas e associações foram beneficiadas. As entidades que recebem o recurso também têm acesso a uma linha de crédito do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap).
“A expectativa é que se tenha uma terceira fase desse programa de microbacias. Está na fase de estudos junto ao Banco Mundial para que se tenha continuidade deste programa”, falou Fernando Aluízio Pontes de Oliveira Penteado, secretário-executivo do Feap.
Mas, enquanto algumas entidades conseguem financiamentos, outras têm dificuldade para conseguir crédito. Produtores que fazem parte de uma cooperativa que reúne assentados do Movimento Sem-Terra conseguiriam dobrar a renda com mandioca orgânica com a compra de um equipamento que custa R$ 12 mil, mas por enquanto a comunidade não têm dinheiro para adquirir a máquina.
“Estamos precisando de uma embaladeira a vácuo para a mandioca, além da despolpadeira para melhorar a eficiência. O pessoal não quer mais mandioca com casca, ele quer descascada e embalada a vácuo, por isso precisamos desta máquina”, disse o presidente da Cooperativa de Produtores Rurais de Ipanema e Região (Coprir), Sérgio Antrônio Nery.
Para o consultor do Sebrae, Geraldo José Melare, a elaboração de um bom projeto é fundamental para conseguir o financiamento público. “Eles (produtores) não têm esta preparação e possuem bastante dificuldade em preparar toda a documentação. Com o recurso público é preciso fazer um bom controle para demonstrar para a sociedade que esse recurso está bem executado e não está acontecendo o uso indevido”, falou.