Os investidores têm demonstrado preocupação com o meio ambiente há um tempo. Impactos ambientais, sociais e questões de governança corporativa até ganharam uma sigla: ESG. Segundo pesquisa do Ministério da Agricultura (Mapa), a produção agrícola brasileira deve crescer mais de 20% até 2030. Dentro desse contexto, estratégias e modelos de negócios alinhados às melhores práticas de ESG, são hoje uma necessidade do setor.
Para o professor de relações internacionais e agronegócio da faculdade CNA, Thiago Masson, essa tendência é irreversível e está em aceleração. “Várias pesquisas já estão captando preferências do consumidor no pós-pandemia e as principais convergem para consumidores preocupados com ESG, atenção para as marcas e favoráveis a pagar um preço maior para produtos com esse tipo de certificação”, afirma.
O professor alerta que é essencial os produtores ficarem atentos à Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP 26, que acontecerá em Glasgow, na Escócia, ainda esse ano.
“O produtor precisa ficar antenado porque temos uma agenda de negociações internacionais bastante agitada no 2ª semestre de 2021, que será pautada em cima das questões de desenvolvimento sustentável”, relata.
Ainda de acordo com Masson, os 200 países que fazem parte das Nações Unidas tentarão novamente destravar negociações sobre um regulamento internacional para um mercado de crédito de carbono. “A agricultura de baixo carbono é muito importante porque tem muitas possibilidades em três frentes: títulos verdes, atração de investimento externo diretos e o mercado de compensação de carbono”, explica.
E, para os produtores que preservam o meio ambiente, é essencial reforçar a remuneração nas pautas de discussão. “O primeiro passo para isso acontecer seria um acordo internacional para regulamentar, é por isso que precisamos ficar de olho na COP 26”, completa.