Com o segundo semestre se aproximando, tem muito estudante definindo a profissão que vai escolher e no mundo do agronegócio as opções são bem variadas, já que este é um dos poucos setores que ainda crescem no Brasil. Apesar disso, é preciso muita dedicação e atenção às oportunidades para conseguir uma boa vaga de emprego.
Em uma faculdade de medicina veterinária em Indaiatuba, no interior de São Paulo, dos 480 alunos matriculados, mais da metade já realizou estágios na área. Segundo a coordenadora de curso e médica veterinária Ciciane Fernandes, o estágio ainda é a principal porta de entrada para o mercado de trabalho e evolução do conhecimento dos alunos.
“Ele é essencial para o melhor aproveitamento e desempenho desse aluno durante o curso. Nós estimulamos os alunos a realizarem os estágios já no primeiro dia de aula para que o conhecimento teórico consiga ser ampliado principalmente para os estágios”, disse.
Seguindo essa máxima, a aluna Vitória Gonçalves foi atrás de um estágio assim que entrou na faculdade e realiza a atividade no próprio hospital universitário desde o primeiro ano. Dois anos depois, ela foi efetivada como auxiliar de serviços gerais e enfermagem dos animais, isso mesmo faltando um ano para a conclusão de seu curso.
“O estágio me agregou bastante conhecimento tanto prático como teórico. Hoje eu uso termos técnicos e convivo com veterinários, cirurgiões e clínicos que frequentam hospital, agregando muito para a nossa vida futura”, disse a estudante.
Para Ciciane, o aluno costuma entrar em um estágio e lá conhece mais especializações, refinando as afinidades durante o curso. Mas, em outros casos, a escolha da área de atuação já acontece no início da vida acadêmica, como foi o acaso do aluno Patrick Roland, que já entrou na faculdade querendo trabalhar com reprodução de animais de grande porte e pretende trabalhar em fazendas do Centro-Oeste.
“No primeiro semestre eu consegui um estágio e isso foi bom, porque já vou presenciando situações que farão parte da minha vida profissional. Trabalho em um laboratório de reprodução e ainda estou tendo essa matéria e sei que é uma área que eu quero seguir: a reprodução de equinos e bovinos”, disse.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o agronegócio brasileiro emprega em média 19 milhões de pessoas, com destaque para o segmento primário, que é da porteira pra dentro, com mais de 9 milhões de trabalhadores. Com um leque de atuação tão grande, o que não falta é oportunidade para quem está começando a carreira.
“Recentes pesquisas que nós fizemos mostram que 64% dos jovens são efetivados nas empresas que eles fazem estágio, mas esse número poderia ser maior porque nós temos muitos estágios em empresas públicas porque exige concurso”, disse o superintendente educacional do Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee) Eduardo Oliveira.
De acordo com o Ciee, os cursos que fazem parte do agronegócio oferecem ao estudante a capacidade de exercer a parte prática e gerencial da pecuária e da agricultura. No entanto, para quem deseja uma vaga em grandes empresas é preciso também ter mais do que noção de gerenciamento e manter-se atualizado o tempo todo para conquistar o sucesso. “Atualmente, você precisa fazer negócio não apenas com o seu vizinho e sim com o mundo todo. Então, você precisa saber o que está acontecendo em todos os lugares”, finalizou Oliveira.