A quebra na produtividade dos grãos trouxe prejuízos de 43% na cultura de feijão, 25% na de milho e 23% na de soja.
Tamanha interferência do clima nos resultados da safra é explicada, porque o veranico atingiu as lavouras na fase do desenvolvimento de grãos e enchimento de vagens. Há 16 anos os produtores do Distrito Federal não passavam por uma situação tão grave.
– Em 1999, nós tivemos um ano péssimo de chuva abaixo de 900 milímetros, quando nós temos, aqui em Brasília, uma média em torno de 1300 mm. Embora esse ano a gente não esteja com uma média abaixo do normal, mas a distribuição tem sido muito desfavorável, principalmente no mês de janeiro, que nós ficamos 23 dias sem chuva e no mês de fevereiro isso se repetiu, ficando em torno de uns 10 dias – conta o engenheiro agrônomo da Emater-DF Marconi Borges.
Com as perdas, muitos produtores estão acionando o seguro rural, mas outros preferem correr atrás do prejuízo sem contar com o recurso, já que costuma demorar para ser liberado o dinheiro. É o caso do agricultor Alan Cenci, que plantou 3,4 mil hectares divididos entre milho, soja e feijão. Para superar os danos, ele aposta no preço favorável das commodities neste ano, aliado ao possível desempenho positivo da safrinha de milho.
– A chuva normalizou, só que a safrinha esse ano, pelo atraso da chuva no início, começou um pouco mais tarde. Então, a expectativa é de que a chuva se alongue até o mês de abril de uma forma satisfatória. Aí sim a gente pode recuperar os prejuízos – considera Cenci.