Em Campo Novo do Parecis, em Mato Grosso, o excesso de chuvas vem causando muitos estragos nas áreas rurais. Os alagamentos destroem plantações milho e soja, com prejuízos estimados em R$ 2,4 milhões.
Na propriedade do produtor Valdecir Schamulera, a enxurrada levou parte da lavoura de soja que ainda estava na fase vegetativa. O agricultor fez um vídeo relatando o caos pelo acúmulo de água, descrevendo a situação como “algo do outro mundo”.
A área que pertence a Schamulera não foi a única prejudicada. O vizinho Sérgio Stefanello também teve prejuízo. As perdas com milho-pipoca podem chegar a 5 mil sacas.
“Em um prazo de dois dias choveu em torno de 300 milímetros, um volume muito grande. Não há quem resista”, afirmou Stefanello.
Os 1,6 mil hectares cultivados com soja escaparam da enchente, mas o excesso de umidade preocupa o produtor. Segundo ele, já tem soja estragando no pé. “Em 76% da área colhida, eu não colhi nenhuma carga de soja abaixo de 14% de umidade. Eu tive uma carga que deu 41% de umidade, parece até uma brincadeira. Então, isso revela que temos problemas. A safra imaginada para o município pode ser bem menor”, conta Stefanello.
A presidente do sindicato rural do município, Giovana Velke, também teve áreas de milho segunda safra e pipoca alagadas pelas chuvas. Cerca de 2,1 mil hectares ficaram submersos, mas a preocupação maior é com a soja.
“Há alguns dias não se consegue entrar nas lavouras. Às vezes para por um curto período, mas volta. Então, os produtores não conseguem colher. Se continuar do jeito que está por mais uma semana, a lavoura vai ter perda de 10%”, analisa Velke.
O secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Sebastião Carlos Pim, também está muito preocupado com a chuva. O relatório prévio do Sindicato Rural já aponta prejuízos milionários.
“Onze fazendas foram afetadas, e 3 mil hectares foram totalmente alagados, causando prejuízo em torno de R$ 2,4 milhões. O número pode aumentar, pois a tendência é de mais chuva para os próximos dias”, afirma Pim.