O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul teria um rombo de R$ 51,36 bilhões caso a agropecuária local abrisse mão totalmente do uso de defensivos. A conclusão é de estudo feito pela Federação de Agricultura e Pecuária do estado (Farsul). “Isso é equivalente a uma queda de 10,69%, superior a três vezes o impacto das piores secas”, informa a entidade.
De acordo com o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, muitas pessoas do meio urbano estigmatizam o produtor e o processo produtivo, sendo preconceituosas. “Quando vem de grupos organizados, de pessoas que são acostumadas a falar mal do agro, nem damos bola. Mas quando o Estado começa a comprar esse discurso, seja o Executivo, Legislativo ou Judiciário, nas três esferas, federal, estadual e municipal, isso merece uma resposta”, diz.
Da Luz afirma que os estudos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apontam que a produção brasileira não tem resíduos de agrotóxicos. “Não produzimos para envenenar ninguém”, pontua.
O economista alerta que sem o uso de defensivos, os alimentos que estão sendo produzidos para alimentar a população mundial seriam em parte devorados por insetos, fungos e outras pragas. “Com uma menor produção de comida e demanda crescente, provavelmente aumentaria o preço dos alimentos, então também temos o impacto social disso”, afirma. “Se produzissem desta forma alternativa [sem uso de agrotóxicos], quem menos se prejudicaria seria o produtor”, esclarece.