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EUA: "condições das lavouras nunca foram tão boas"

Frase foi repetida por produtores americanos, que esperam colher a maior safra de soja da história e inflar oferta mundial de grãos

Fonte: Débora Fabrício/Canal Rural

Se no começo da safra nos Estados Unidos, em meados de junho, o clima gerava dúvidas sobre como as lavouras se comportariam, agora em setembro, após bom desenvolvimento e clima favorável a dúvida é outra: quanta soja a mais os Estados Unidos irão colher? E não é só com a oleaginosa que a expectativa está alta, como o milho, apesar da queda de área, a produtividade esperada também é elevada.

As primeiras colheitas a serem realizadas nos Estados Unidos serão de milho e começarão daqui a algumas semanas. Segundo o relatório divulgado nesta terça, dia 12, pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), são esperadas para este ano 360 milhões de toneladas, queda de 6,2%, quando comparado aos 384 milhões de toneladas colhidas na última temporada.

O agricultor Richard Campbell, plantou três mil hectares com milho no estado de Iowa, nos Estados Unidos e está bem otimista em relação à produtividade. Acredita que vai colher pelo menos dez sacas a mais por hectare. “A produtividade média que consigo por ano, nesta lavoura, é de 210 sacas por hectare, mas como tudo está indo bem, acredito que posso chegar em 220 sacas”, comemora Campbell.

Se o produtor de Iowa não tem do que reclamar, no condado de Dekalb, estado de Illinois,  o clima atrapalhou os planos de Roger Faivre. Mesmo tendo uma área maior, ele acabou cultivando apenas 850 hectares com milho. “A produtividade do milho ainda não está definida por causa do clima que tivemos no início da safra, mas 220 sacas por hectare me deixaria contente. Costumamos levar 10 dias para plantar nossa área, dessa vez, demoramos quase dois meses. Teve muita chuva e tivemos que ficar parando a semeadura toda hora”, conta.

Como o clima realmente atrapalhou o inicio da semeadura do milho, a área semeada com o cereal caiu um pouco no país, para algo em torno de 33 milhões de toneladas. Claro que o restante não ficou descoberto e a solução foi migrar para a cultura que melhor tem remunerado nos últimos anos, a soja.

Com isso, a área com a oleaginosa subiu 7%, chegando a 36 milhões de hectares, segundo dados do USDA. Agora a expectativa de produção do país foi elevada para 120,5 milhões de toneladas, alta de 2,8% ante 2016./2017.

Os agricultores do país estão muito otimistas com o desenvolvimento das lavouras e acreditam que a produtividade será a maior da história.

A expectativa entre os agricultores americanos é conseguir uma produtividade de soja acima da média dos últimos cinco anos, que foi de 62 sacas por hectare. Pode se dizer assim então, que seria mais uma safra recorde. A ausência de doenças e também o crescimento de área é o que ajuda a explicar os bons indicativos por aqui.

A lavoura de Campbell fica em uma região com muitas outras fazendas de soja, em Iowa, que é considerado um dos estados com maior produção do grão na América do Norte. E assim, como os números apresentados pelo USDA, o produtor também tem certeza de uma boa produtividade.

“A chuva veio na hora certa para sorte dos produtores e irá garantir uma produtividade acima da média. Se nos últimos anos colhemos 60 sacas de soja por hectare, agora esperamos chegar a 65 sacas, pelo menos”, diz Campbell.

Na lavoura de Faivre, em Illinois, a exemplo de todos no país, a produção também deve superar as expectativas. O agricultor plantou 700 hectares e garante que nunca viu uma soja tão saudável como nessa safra. “Acredito que vamos colher algo acima de 70 sacas por hectare”, afirma o produtor.

E a tendência é de safras cada vez maiores nos Estados Unidos, fato que que fica claro em um levantamento realizado pela Associação de Produtores de Dekalb . Na década de 1960 a produtividade de soja, no estado, era de quase 40 sacas por hectare, hoje passa de 70.
O mesmo vale para o milho, que passou de 90 sacas por hectare, para 220.

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