Produtores de tangerina poncã do interior de São Paulo tiveram problemas com o excesso de chuva e perderam parte da produção. No município de Mogi Guaçu, agricultor deve perder quase metade da safra e ainda vai ser prejudicado pela baixa remuneração das frutas.
O produtor Oscar Simoneti conta que seu pomar recebeu chuvas contínuas ao longo do mês, provocando o aparecimento de fungos na casca das poncãs. “Elas apodrecem e não tem como fazer o controle, porque, com a chuva, você não consegue entrar na roça para diminuir o prejuízo”, afirma.
O citricultor de Mogi Guaçu conta que sua área de 20 hectares rende, em média, 10 mil caixas por safra, mas nesta temporada quase metade será perdida. Com baixa qualidade, as frutas sequer chegarão perto do preço de R$ 0,50 o quilo, alcançado anteriormente.
Também produzida nessa região paulista, a laranja não enfrenta os mesmos problemas que a poncã. Por enquanto, o mercado segue firme. A caixa de laranja nunca atingiu uma remuneração tão alta quanto a atual, de R$ 18. Por outro lado, os custos com mão de obra e frete aumentaram muito, deixando os citricultores quase sem lucro.
De acordo com o diretor da Associação de Critricultores da Região de Limeira (Alicitros), Paulo Celso Biasolini, os custos “dentro da porteira” aumentaram em função de tratamentos realizados no pomar. Além disso, conta, como as frutas são entregues nas processadoras, há ainda o custo do frete, além dos gastos relativos a produção e colheita.
A safra 2017/2018 de laranja deve gerar cerca de 365 milhões de caixas de 40 kg. Esse volume é suficiente apenas para cobrir o consumo interno e externo, porque os estoques estão baixos. O diretor da associação afirma que, por mais que os valores estejam longe do ideal, o Brasil ainda tem um grande mercado a ser explorado.
Biasolini afirma que, ao mesmo tempo em que houve redução na demanda de suco de laranja, também houve queda na produção americana, concorrente da brasileira. “Hoje, o Brasil supre o mercado basicamente como líder, e o produtor de São Paulo e sul de Minas Gerais acabou ofertando laranja a um preço que será compensador por algum tempo”, diz.