O excesso de chuva que atingiu o interior de São Paulo nos últimos dias tem prejudicado a colheita de cana-de-açúcar. Em muitas propriedades, as máquinas não conseguem entrar para cortar o produto e o processo está atrasado.
O produtor Reinaldo Sgaribold possui 5,4 mil hectares de cana plantada e pelo menos mil hectares já estão prontos para a colheita. “Deu 245 milímetros de chuva e o terreno alagou, prejudicando completamente a colheita. Agora, por causa do clima, estamos há 10 dias parados”, falou.
O objetivo do produtor era colher 70 mil toneladas de cana neste mês, mas até o momento apenas 30 mil toneladas foram entregues na usina. “Só a mão de obra gira em torno de R$ 15 mil por dia. Além disso, estamos com o maquinário e a estrutura toda parada, atrasando a safra para o fim de ano em cerca de 20 dias. Temos a safra inteira para cortar uma quantia programada, mas agora passei de 70 mil toneladas para 30 mil, então ficaram 40 mil toneladas para eu colocar, mas não vou recuperar neste mês e essa cana será entregue a partir de novembro”, contou.
Caso não chova mais na região, ainda vai demorar pelo menos uma semana para que as máquinas entrem novamente na lavoura. Além disso, o excesso de água diminuiu a qualidade da cana e já que afeta diretamente na quantidade de açúcar produzido por tonelada. “O excesso de água vai fazer com que a cana vegete novamente, e ela passa a brotar”, disse o agrônomo José Luiz Castellani.
Além do atraso na entrega, o preço não vai ser o mesmo. Se a cana fosse entregue a tempo, o valor pago ao produtor seria de pelo menos R$ 80 por tonelada. Agora, a expectativa é receber no máximo R$ 70, uma queda de 12,5%.