O otimismo deu o tom no primeiro fim de semana da Expointer, feira de agropecuária realizada em Esteio (RS), que prossegue até 4 de setembro. Apesar da crise em que está mergulhado o Rio Grande do Sul, o presidente do evento, Sergio Bandoca, estima um faturamento total de cerca de R$ 2 bilhões. Na pior das hipóteses, o valor ficaria próximo do resultado do ano passado, de R$ 1,7 bilhão.
Para atrair o público e criar um bom ambiente de negócios, a organização da Expointer renovou o Parque Assis Brasil, reformando áreas como o pavilhão do gado leiteiro e a ala dos restaurantes. Na praça central do evento, uma capela foi construída. De acordo com Bandoca, nos nove dias do evento, o parque vai receber 600 mil pessoas.
Um dos principais responsáveis pelo desempenho dos negócios na feira é o setor de máquinas. Cerca de 120 empresas estão expondo seus produtos por lá. Outro segmento que puxa os resultados são os leilões de animais. O leiloeiro Marcelo Silva afirma que os oito remates de cavalo crioulo programados para esta semana devem render R$ 9 milhões. No ano passado, o total chegou a R$ 13 milhões, mas isso não reduz o otimismo do profissional.
“Nós estamos esperando liquidez total, que é o fundamental. Isso já é uma coisa extremamente positiva”, afirma Silva.
Políticos
Os problemas enfrentados pelos governos federal e estadual foram minimizados pelas autoridades que discursaram na abertura oficial do evento. O governador do Rio Grande do Sul, Ivo Sartori, até fez referência ao aumento de violência na capital do estado, mas concentrou sua fala nos programas do governo para o setor agrícola.
Já o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que a sociedade não pode pagar mais impostos, e que, com o governo Temer após o provável impeachment de Dilma Rousseff, o Brasil voltaria a ser um país “normal”.
Blairo Maggi, ministro da Agricultura, disse em seu discurso que o país só sairá da crise se forem feitos investimentos fortes no setor primário. Ele afirmou que sua pasta está empenhada em rever os procedimentos que travam o agronegócio. E concluiu que, se o governo não atrapalhar, já ajudaria muito.