O Conselho dos Exportadores de Café (CeCafé) prevê que o volume e a receita com exportação crescerão nos próximos meses, após registrarem queda no acumulado do ano. Do lado da produção, o momento atual é determinante para a safra que vai ser colhida no ano que vem.
Segundo o presidente da entidade, Nelson Carvalhaes, o resultado nos próximos dois meses deve surpreender em quantidade e renda, apesar das exportações de café terem registrado 2,5% de queda em comparação com os nove primeiros meses de 201, graças à valorização do dólar.
– Setembro comprovou isso já [que haverá melhora nos resultados]. Vamos ver se daqui a pouco nós conseguimos manter o desempenho igual a 2014, talvez até um pouco maior e aí nós temos que pensar em 2016. Vamos esperar mais esses dois, três meses porque quem sabe nós podemos até ter uma surpresa boa – afirmou.
Até o momento, os embarques estão abaixo do esperado. Os produtores atribuem este resultado fraco à estiagem vista em 2014, que prejudicou a qualidade e o volume do café colhido este ano no país.
Diante de um mercado de boas expectativas, mas ainda de poucas certezas, uma dica para o produtor fazer bons negócios é estar atento ao movimento dos preços para vender o café à conta gotas.
– Aqueles que ainda possuem café e tem a possibilidade de negociação eles devam observar o custo de produção e aproveitar pra vender o tempo todo e vender todos os dias. Porque acredito que vendendo todos os dias tendo como base seu custo de produção eles vão ter um nível de acerto muito maior – disse o analista de mercado Tiago Ferreira.
Em relação à safra 2016, o mercado demonstra estar mais calmo, depois da volatilidade vista nos últimos dias. A previsão de chuvas nas principais regiões produtoras brasileiras, a partir desta quinta, dia 22, leva a crer que a formação de grãos está bem encaminhada.
Entre os dias 15 e 16, quando a possibilidade de chuvas se confirmou no Cerrado e sul de Minas Gerais, o valor da saca do café arábica baixou de R$ 500 para R$ 489,05.
– A tendência é um pouco de queda, se realmente se confirmar [as chuvas]. Mas o mercado ainda tem muita coisa por vir. Não é só essa florada, pode vir mais uma florada, pode dar uma caída no mercado, mas mais pra frente tem clima, pode dar essa florada e ficar seis, sete meses sem chover. Aí vai ter uma outra reação no mercado, ele é muito volátil ne? Então é dia-a-dia, mercado não tem como definir o que vão acontecer na frente, é muito difícil – afirmou o proprietário da RCC Corretora, Renée Samia.