Exportação de milho pode chegar a 26 milhões de toneladas

Ritmo da colheita e alta do dólar podem levar a resultado histórico 

O Brasil pode acabar exportando mais de 26 milhões de toneladas de milho até janeiro de 2016, superando o recorde registrado em 2013. O bom andamento na colheita, com a alta do dólar, consolidam um cenário histórico para o setor.

– A gente tem como os números atuais de produção do Brasil estimado em 84 milhões de toneladas. A gente tem um número de exportação bem significativo para o mercado. Nós estimamos um aumento frente a julho, de 5 milhões de toneladas, a gente vai pra 26 milhões nossa estimativa atual, dado que julho foi um excelente mês – diz o consultor INTL FCStone Jorge Gracioli.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontam que, no mês passado, o Brasil exportou 5,9 milhões toneladas de milho, volume 116% maior que o embarcado em julho de 2014.

Para o analista de mercado da Agrosecurity Fernando Pimentel, outro fator que influenciou o volume dos embarques brasileiros foi a maior participação dos portos do Norte na logística de escoamento.

– É importante salientar que o impacto positivo desses corredores logísticos do norte, de Barcarena, Vila do Conde, Itaqui que já é antiga, o impacto no milho vai ser muito mais favorável que até na soja, pelo custo logístico do transporte sobre o preço final do milho – afirma.

Com o fim da colheita em agosto, a orientação é que o produtor aproveite a credibilidade no mercado internacional para negociar a produção. Se esperar para vender, com o aumento dos custos no campo, o produtor corre o risco de ficar sem caixa para negociar insumos para a próxima safra.

– A necessidade de desovar o estoque para fazer caixa é uma realidade, não só no milho, na soja também. Então esse momento de câmbio mais favoravel, essa janela de oportunidades dos embarques, estão favorecendo que o produtor desove esse produto de forma que esse dinheiro não fique parado no silo. Ele tá precisando desse dinheiro para financiar, para custear sua safra – diz Pimentel.