Farm Show: produtores apostam em máquinas agrícolas mesmo com juros altos

Feira realizada em Mato Grosso termina com expectativa de aumento de 15% nas vendas de equipamentos

Fonte: Canal Rural/reprodução

As taxas de juros de financiamento de máquinas agrícolas têm sido consideradas altas pela cadeia produtiva. Porém, mesmo com o produtor rural mais cauteloso, a 4ª edição da Farm Show, em Primavera do Leste (MT), terminou com aumento de 15% nos negócios com equipamentos.
 
Colheitadeiras, plantadeiras e tratores foram oferecidos na feira a preços 15% menores que os praticados no mercado. A Case tentou atrair compradores mostrando que o uso de máquinas de alto desempenho tem efeito direto no bolso, já que permitem elevação da produtividade das lavouras.

“Quando você consegue tirar a soja da lavoura na hora em que ela está fisiologicamente madura, você ganha peso. Toda vez que você deixar na lavoura tomando chuva, vai perder a melhor hora para plantar a segunda safra, que seria milho ou algodão”, afirma o diretor de concessionária Case  Darci Luiz Ciarini.

 

A John Deere, outra gigante mundial de tecnologia agrícola, apostou em máquinas de menor porte para alavancar os negócios no evento de Mato Grosso. Gerente de concessionária da marca, Mário Guilherme Langer estava otimista com o desempenho das vendas em Primavera do Leste com base nos resultados de outras feiras realizadas neste ano. “E aqui não vai ser diferente. O próprio cenário agrícola está favorável, está positivo, as commodities estão valorizadas, os produtos estão tendo valor”, relaciona. 
 
“Para a nossa empresa, a Farm Show representa o faturamento do semestre”, afirma Marcos Mazzarido, diretor da Terrra Premium, concessionária New Holland, fabricante que levou para a feira o trator que é considerado o maior do mercado brasileiro, que não é vendido por menos de R$ 1,6 milhão.
 
Apesar dos descontos oferecidos na feira, muitos visitantes se mantiveram cautelosos, à espera das condições do novo Plano Safra. É o caso do produtor rural Jean Fritsch, que afirma que a agricultura impõe um risco alto de haver inadimplência. “Com as máquinas com preço alto, como uma colheitadeira passando de R$ 2 milhões, fica complicado fazer a troca agora, com essa taxa de juros”, diz.