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Faturamento com exportações de soja deve cair em 2015

Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais avaliou 2014 como positivo para o grão, e projeta 2015 como um ano "razoável"A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) avaliou o ano de 2014 como positivo para o setor de soja e derivados no Brasil e estimou que 2015 tende a ser "bastante razoável", mas com queda de receita.

– 2014 foi um ano favorável à soja. Tivemos um recorde de produção de 86 milhões de toneladas, e isso permitiu uma performance muito boa em um nível de preço muito remunerador. Para 2015, a perspectiva é de um ano bastante razoável para a soja, não tão bom como 2014. Mas vai ser um ano favorável, gerando renda – disse o secretário-executivo da associação, Fabio Trigueirinho.

O secretário-executivo destacou que, apesar do atraso no plantio em virtude da irregularidade das chuvas em outubro, a entidade preferiu manter a projeção de produção em 91 milhões de toneladas.

– A Abiove, desde o início, não saiu com estimativas tão altas. Houve problema em Mato Grosso, mas o restante do país está bem. Nós achamos que 91 milhões de toneladas está confortável – assinalou.

As exportações do complexo soja, de janeiro a novembro deste ano, foi 5,5% maior comparado ao mesmo período do ano passado. Já a receita teve aumento de 1,6%. Para 2015 a safra deve ser recorde, mas a receita deve ser menor.

Apesar de não prever mudança no volume da produção, Trigueirinho destacou que a soja vai entrar no mercado mais tarde do que em 2014.

– Vai atrasar um pouquinho a entrada, não tem como recuperar o atraso no plantio – apontou.

Segundo o secretário, isso se refletirá na logística e na concorrência.

– Não vamos ter grandes volumes de exportação em janeiro e fevereiro por causa atraso da safra. Os Estados Unidos também estão com estoques elevados e devemos ter competição mais acirrada ao longo do ano. O Brasil vai estar ativamente competindo com os EUA – disse Trigueirinho.

Com relação à logística da safra 2014/2015, a perspectiva é positiva.

– Em 2014, já melhoramos a organização da logística, não tivemos tantas filas nos portos. Os novos corredores (do Arco Norte) são bons, porque distribuem melhor o escoamento. Os portos do Sul já estão praticamente no limite.

Ele salienta que o aumento do escoamento pelo complexo portuário de Miritituba, no Pará, pode reduzir em até US$ 50/t o preço do médio de frete, que hoje alcança US$ 150/t no pico da safra para localidades mais distantes, dentro de alguns anos.

Para 2014/2015, Trigueirinho acredita, entretanto, em estabilidade do preço médio do frete ante o ciclo passado, mas ressaltou que isso depende da proporção que o Brasil internalizará da queda dos preços internacionais do petróleo.

Faturamento

Entretanto, a Abiove projeta que o preço médio de exportação deve cair de US$ 510/tonelada em 2014 para US$ 370/tonelada em 2015, em virtude da forte recomposição dos estoques mundiais de soja. Com isso, a receita com os embarques da oleaginosa ficará em US$ 23,1 bilhões em 2015.

Para este ano, são estimados US$ 30,7 bilhões. Conforme o presidente da entidade, Carlo Lovatelli, isso deve impactar na velocidade de comercialização.

– Com o preço mais baixo, o produtor é mais reticente e vai ao mercado com mais cuidado – disse Lovatelli.

Impasse

Uma das preocupações da Associação para 2015 é com o impasse em relação ao recebimento da soja Intacta RR2 Pro. As indústrias e a multinacional Monsanto ainda não chegaram a um acordo sobre a cobrança dos royalties da nova tecnologia. Lovatelli afirmou que a Monsanto não está aceitando a proposta de preço:

– Nós até fizemos uma avaliação precisa do custo dessa operação para cada associado nosso, ponderamos esse valor e oferecemos à Monsanto, ou seja, temos o custo médio de todas as associadas da Abiove e da Anec, que perfazem 80% do poder de compra de soja brasileira, e temos esse custo oferecido a partir do qual a negociação deveria ser feita entre as várias partes.

A Abiove afirma que nenhuma das 12 associadas fechou acordo com a Monsanto. As negociações começaram há mais de um ano e precisam ser definidas antes da colheita da próxima safra.

– Nós passamos um custo, você tem que ter uma margem, tem outros gastos que tem que ser apurados e mesmo assim o custo que nós apuramos já era várias vezes o valor que eles estavam oferecendo. Então, eles sabem que as pontas estão muito afastadas, vai ser muito difícil chegar a um consenso – conclui o presidente da Abiove.

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