Os produtores de feijão do Paraná começam a se preocupar com as chuvas que estão acima da média na maioria das regiões do estado. De acordo com o último relatório do Departamento de Economia Rural (Deral), cerca de 5% da área já foi colhida, com destaque para o núcleo regional de Ponta Grossa, com 10%, e Jacarezinho, com 35% da área total. As duas regionais são responsáveis por 24% da produção do Paraná.
De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe), Marcelo Lüders, ainda não é possível saber os impactos do excesso de chuvas na cultura. “É um pouco difícil avaliar até onde tem o efeito do pouco feijão colhido, ou o tipo de problema. Geralmente o excesso de chuva é bem-vindo no Paraná, mas quando o grão está amadurando, como agora, não é tão bom”, explica.
Além dos problemas com a colheita, Lüders alerta que também pode haver uma falta de feijão no próximo ano. “A soja e o milho continuam dominando a atenção do produtor, então é preciso de uma oportunidade como essa, para mostrar que o feijão vai mudar de patamar de preços. Em 2020, produzimos cerca de 14 kgs per capita, o que é muito menor do que o objetivo a ser atendido”, completa.