Ferrovia Norte-Sul fica fora do plano de concessões

Parlamentares querem que Região Sul seja incluída no modelo de concessões para iniciativa privada

A ferrovia Norte-Sul está longe de se transformar na ferrovia estruturante entre os portos brasileiros. O trecho Sul, que vai de Panorama, São Paulo, até o Porto de Rio Grande (RS), ficou de fora no plano de concessões do governo. Nesta quarta, dia 12, parlamentares acompanharam a apresentação de parte dos estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental. Eles querem pressionar para que a Região Sul possa ser incluída no modelo de concessões para a iniciativa privada.

A ferrovia Norte-Sul foi dividida em trechos. Dois estão prontos: o de Açailandia, no Maranhão até Palmas, no Tocantins, concedido para a Vale, e entre Palmas e Anápolis, no estado de Goiás. Para sair de Goiás e chegar até Estrela do Oeste, em São Paulo, a construção chegou a 80%.

– Agora, no Programa de Investimento em Logística, a gente esta com dois trechos que vão ser concedidos a iniciativa privada, que é o trecho de Açailandia Barcarena, que ainda está em nível de projeto, e o trecho central da Norte-Sul, que está apto entrar em operaçã – afirmou Natalia Marcassa, a secretária executiva do Ministério dos Transportes.

A preocupação maior é com o trecho sul da ferrovia. São 1217 quilômetros entre Panorama, São Paulo, passando por Chapecó, Santa Catarina, até chegar a Porto do Rio Grande, no Rio Grande do Sul. A Valec, empresa pública de engenharia e construções de ferrovias, apresentou para parlamentares as diretrizes dos estudos de viabilidade com estimativa de investimento no trecho de R$ 25 bilhões. Já está marcada para o próximo dia 21 audiência publica em Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba.

– O principal gargalo que a gente tem é a questão da própria viabilidade em si do empreendimento na medida em que a sociedade civil organizada encampar isso como projeto economicamente viável esse projeto pode andar melhor – disse Mario Mondolfo, diretor de planejado da Velec.

A Frente Parlamentar das ferrovias quer evitar que o trecho da região sul fique fora do modelo de concessão e dependa exclusivamente dos recursos do Governo Federal. Além dos estudos de viabilidade, ainda faltam o projeto base e o projeto executivo para só então começar a construção da ferrovia. 

– Se ficar no atual cronograma nós vamos depender dos recursos do orçamento geral da união e todo Brasil está vendo que infelizmente a economia brasileira no que diz respeito ao erário esta falida, e nós não teremos perspectiva que a obra saia do papel, e também é importante o evetea [ Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental] . Esse que está oficializado tem validade de 5 anos – disse Jerônimo Goergen (PP-RS) Vice Presidente da Frente Parlamentar das ferrovias.