É pouco provável que o produtor brasileiro sinta efeitos significativos do coronavírus sobre o fornecimento de fertilizantes, de acordo com a Tendências Consultoria, porque a atual temporada está praticamente finalizada e boa parte do plantio da segunda safra está se encaminhando para o fim. “O produtor já adquiriu o necessário para plantio e cobertura das lavouras”, comenta o analista de mercado Walter De Vitto.
Para os defensivos agrícolas, no entanto, o cenário é muito mais complicado, segundo a consultoria Lucro do Agro. “A indústria brasileira depende quase totalmente de matérias-primas, produtos técnicos, vindos da China, que é a principal produtora mundial da categoria”, afirma o analista de mercado Eduardo Lima Porto.
Segundo ele, não há países alternativos caso a indústria chinesa continue interrompida. “Acredito que o Brasil será bastante impactado caso não tenhamos um arrefecimento do problema do vírus nas principais regiões produtoras”, diz.
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Porto diz que a decisão de comprar agrotóxicos neste momento depende da necessidade e do fluxo de caixa do produtor. “Desconheço o tamanho do estoque de passagem, mas se houver oportunidade de compra, ele pode aproveitar, mesmo pensando que no futuro próximo pode haver a regularização do fornecimento”, afirma.
Caso o nível de incerteza global continue como está, o analista da Lucro do Agro acredita que os defensivos ficarão mais caros em dólar e, consequentemente, o produtor sentirá o reflexo disso na sua base de custos.