Agricultura

FPA celebra conquistas e prioriza regularização fundiária e marco temporal para 2022

O presidente da FPA, Sérgio Souza, também destacou a importância de mecanismos que remunerem o produtor na preservação ambiental

Ao fazer um balanço das ações no ano de 2021, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Sérgio Souza destacou a importância da criação Fiagro, fundo de investimento nas cadeias produtivas agroindustriais que vai ajudar a captar recursos e impulsionar o agro brasileiro.

“Nós sabemos que o Plano Safra, pelo tamanho que vem chegando a agricultura no Brasil, ele cada vez vai ficar para o pequeno produtor. Então nós temos que buscar novos caminhos e pensando dessa forma nós fizemos a CPR e o Fiagro. Esses dois mecanismos devem alavancar algo em torno de R$ 150 bilhões para ajudar a suportar os financiamentos do agro”, destaca o presidente da FPA.

Sérgio Souza destacou também a importância da chegada da tecnologia 5G no país para o desenvolvimento da agropecuária brasileira e o pagamento por serviços ambientais.

“Aprovamos o pagamento por serviços ambientais, que é importantíssimo para que uma floresta valha muito mais em pé do que deitada. E que busque mecanismos para financiar aqueles que não conseguem mais avançar dentro das suas propriedades sobre a floresta em pé. Temos que criar mecanismos para que o produtor que preserva também tenha remuneração por isso”, ressalta.

Entre as prioridades da FPA para 2022 estão a regularização fundiária e o licenciamento ambiental.

“Imagine uma rodovia, que liga uma região a outra deste país, e entre um ponto A e o ponto B tem uma reserva indígena, ou uma reserva ambiental. Hoje, segundo a lei de licenciamento, para que eu possa produzir preciso dar uma ‘volta’ e essa volta pode significar até 500 km a mais na estrada. Colocando isso no preço do custo do frete, imagine o quanto impacta no custo de produção”, afirma Souza.

Para o próximo ano, a FPA estará também atenta a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao marco temporal das terras indígenas. Caso ele seja derrubado, as áreas de demarcação, que hoje ocupam 14% do território nacional, podem dobrar de tamanho.

“Nós precisamos fazer a sociedade brasileira compreender que não somos contra os índios, ou contra a demarcação. Mas nós temos que defender também o produtor rural. O Estado brasileiro foi lá antropizou o interior desse país, há séculos. Colocou o homem branco, colonizando dando o título e tudo mais. E após 300 anos, vem alguns para dizer que aquela área foi dos seus ancestrais e você expropria aquela área toda e o produtor rural que trabalha ali por décadas não tem direito a um centavo de indenização porque a expropriação não permite. Isso nós somos contra. Se o Estado brasileiro quiser dar aquela terra ao índio pode dar, mas tem que pagar o valor de mercado que vale ao produtor rural”, diz Sérgio Souza.