As parreiras de uva chardonnay fazem parte da paisagem do município francês de chassagne-montrachet, local das terceira reportagem da série Sabores da França, que foi ao ar nesta quarta-feira no Rural Notícias. O Canal Rural foi até a região da Borgonha, conhecida em todo mundo pela produção de vinhos de alta qualidade, e visitou a propriedade da família Picard, onde existe uma vinícola em uma área de 100 hectares de cultivo
No interior do casarão, é possível visitar o passado. As adegas são do século 13 e 14, tempo em que o Brasil nem havia sido descoberto pelos portugueses e que a produção de vinho já acontecia nesta parte da França.
Segredos da qualidade
Depois do tipo da uva, o armazenamento do vinho nos barris é o passo mais importante para a qualidade do produto. Por isso, eles não podem ficar em qualquer lugar. Na propriedade dos Picard, por exemplo, eles ficam no subsolo, onde a temperatura é mantida constante em 15° C e com umidade do ar em 80%
A proprietária da vinícola, Francine Picard, mostrou outro segredo para a qualidade do vinho: o barril de carvalho, que é considerado um ingrediente importante para esta receita de sucesso. “É uma etapa primordial, assim como todas as etapas na produção. O cuidado do vinhedo é fundamental, o que vai dar a uva e a qualidade do vinho, mas, esta fase aqui no barril de carvalho é muito importante, pois é aqui que vai ter a troca com o oxigênio do exterior pela porosidade da madeira, o que vai dar textura ao vinho”, disse
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Os vinhos ficam até um ano e meio no barril. Francine diz que a produção biodinâmica, que evita o uso de produtos químicos, é outro fator que contribui para o resultado. “A característica deste trabalho de maneira natural é que você deixa que cada parcela, cada pequeno pedaço de terra, exprima sua personalidade própria. Nós temos aqui uma grande diversidade e isto estará presente no vinho: o que a parreira tirou do solo aparece na uva e é transmitido para o vinho”, falou.
Venda
Na loja da vinícola, uma garrafa de vinho é vendida por até duzentos euros, ou mais de R$ 700. São 40 rótulos de fabricação própria, além de toda a história e tradição ligada ao vinho, alguns tipos são ainda mais especiais porque tem o que os franceses chamam de “denominação de origem protegida”, uma certificação que atesta a qualidade e a padronização do que é produzido em regiões específicas da França
“Esse dispositivo foi criado na origem pelo setor da viticultura há mais de 80 anos. Ele já deu provas da sua eficiência do ponto de vista econômico, social e territorial”, disse o diretor do Instituto de Origem e Qualidade da França, Jean-luc Dairien
Dairen explica que mais de 100 mil propriedades rurais da França têm certificação de origem. A receita gerada com a venda destes produtos é de mais de 20 bilhões de euro por ano. Ele diz ainda que este sistema de produção favorece, principalmente, os pequenos produtores. “O que define o sinal de qualidade deste sistema é um produto e um método de produção, não o tamanho da produção”, completou.
