Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Franceses controlam produção de mostarda para segurar preço

Atualmente, a tonelada de mostarda é vendida para as indústrias da região por mais de 800 euros a tonelada

Fonte: Roberta Silveira/Canal Rural

A região de Borgonha, na França, possui como uma das suas principais fontes de renda o cultivo de um grão que dá o tom em diversas receitas típicas daquele país. Na quinta e última reportagem da série Sabores da França, a repórter Roberta Silveira apresenta a receita de sucesso da produção de mostarda, que está ligada com a tradição do lugar e o controle do volume produzido, que acaba evitando o excesso de estoque.

A mostarda é a queridinha dos produtores do município de Quetigny, que fica ao lado da cidade de Dijon, aquela que dá nome a uma famosa receita de molho de mostarda. A região tem cinco mil hectares com o cultivo.

“A gente espera o crescimento do consumo, mas a demanda já é grande. Tem muitos restaurantes de alto nível da região que estão criando novas receitas doces e salgadas a base de mostarda”, disse o produtor de mostarda Philippe Gransagnes.

A associação dos produtores da Borgonha controla o quanto deve ser produzido para que não haja formação de estoque e redução de preço. Atualmente, a tonelada de mostarda é vendida para as indústrias da região por mais de 800 euros a tonelada, o equivalente a aproximadamente R$ 3 mil reais. Nas lavouras da região, a safra de 2016 deve ficar entre 1,5 e 2 toneladas por hectare.

Nesta parte da França, o inverno é rigoroso, com temperatura que alcança – 15°C. O frio restringe o que pode ser plantado e também o calendário de cultivo. Por esse motivo, os produtores franceses sentem uma “pontinha de inveja” dos agricultores brasileiros. “A diferença é que aqui nós só podemos fazer uma produção por ano. Então, se tiver um problema, perdemos a safra toda, enquanto no Brasil há a oportunidade de recuperar se ocorrer um problema porque vocês têm duas ou três safras”, disse produtor Fabrice Jenin.

Apesar das reclamações, estes produtores conseguiram a certificação de origem, o que deixa o produto daqui mais valorizado. Como todo agricultor da União Europeia, eles têm subsídios. Funciona assim: em média, o produtor francês recebe por ano o equivalente a R$ 1 mil por hectare e este é um direito defendido por eles.

“É para que tenhamos a capacidade de concorrer em nível mundial. Esse é um subsídio que é dado na União Europeia para a agricultura porque a produção da Europa não tem condições em um mundo liberalizado para concorrer com a agricultura do Brasil, da Argentina, dos Estados Unidos ou da Rússia. É um subsídio para corrigir a diferença de competitividade na produção”, concluiu Jenin.

Sair da versão mobile