Fruta exótica chega a custar R$ 60/Kg em São Paulo

A pitaya é nativa da América do Sul, mas se popularizou na Ásia e agora chama atenção de produtores brasileiros pelo alto valor agregado

Produtores de frutas de Jundiaí, no interior de São Paulo, têm se interessado pelo cultivo de uma fruta ainda pouco conhecida, mas que tem surpreendido no custo benefício. A pitaya é nativa da América do Sul, mas foi popularizada na Ásia. É nessa época do ano que a fruta costuma impressionar pelo sabor bem peculiar e pelo aspecto curioso.  

O produtor rural João Brunelli conta que quando perguntou ao feirante o preço da fruta exótica levou um susto. “Foi numa visita ao Mercado Municipal de São Paulo, passando por uma banca vi essa fruta, fiquei interessado em conhecê-la  e o que mais me chamou a atenção foi o preço, R$ 60 quilo dessa fruta”, lembra.
 
Curioso, o produtor pesquisou sobre a fruta e apostou no desafio de cultivar a planta para vender para grandes distribuidores de São Paulo. Deu certo! Hoje, com 300 mudas, ele produz 12 mil unidades de três variedades da pitaya por ano.

Felipe Oliveira Magro, engenheiro agrônomo, ensina que a cultura é mais recente comparada a outras frutas tradicionais na região, como a uva. “É uma fruta exótica que chama bastante atenção dos consumidores em geral. Ela tem uma aparência bem vistosa e, principalmente nessa época do ano, no Natal, a procura maior por frutas para a decoração da mesa,  faz ela chamar bastante atenção”, diz Magro.
 
Brunelli já é o maior produtor de pitaya da região de Jundiaí, mas tem muito agricultor interessado em cultivar a fruta. Nos últimos cinco anos, a Secretaria de Agricultura da cidade vem notando o interesse de diferentes produtores, desde os pequenos até os que produzem em grande escala.
 
“Antigamente a gente não tinha nenhum produtor, hoje a gente tem alguns produtores, e justamente por esse capricho que ele tem [o produtor João], está atraindo algumas pessoas interessadas em conhecer o cultivo. A gente acredita que esse número vai aumentar a médio e longo prazo”, afirma o engenheiro.

Segundo ele, o agricultor está aprendendo na prática como é o desenvolvimento da planta exótica, a questão de pragas, de doenças, de adubação. “Está sendo um exercício diário para o conhecimento do produtor”.
 
Apesar de se desenvolver bem nos países tropicais, a pitaya é bastante sensível à temperaturas extremas e chuvas fortes. É por isso que, em 2015, a primeira florada atrasou 15 dias na região de Jundiaí, onde choveu bastante no mês de novembro. “No ano passado com a seca não deu muito problema, porque a produção foi alta. Esse ano, com muita água, não produziu o que produziu no ano passado. Quando chove, a flor molha o pólen e ela não poliniza, então a flor amarela e cai”, ensina Brunelli.
 
Mas apesar da pouca oferta no final do ano de 2015, quem aprecia a fruta pode ficar tranquilo. Como as plantas florescem entre novembro e março, a expectativa dos produtores é que nos próximos meses ainda chegue muita pitaya aos mercados.

“A segunda florada que deu em dezembro já foi bem maior. Vai dar para comer pitaya até abril!”, promete o produtor.

Custo

Conforme o engenheiro agrônomo, o custo de produção comparado a outras culturas não é tão alto assim. É uma cultura que, conforme for manejada, agrega valor e dá retorno ao produtor rural.