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Fungos e bactérias são nova arma para combater a lagarta falsa-medideira

Empresa gaúcha utiliza microrganismos como ingredientes dos chamados inseticidas biológicos, que oferecem a mesma eficiência dos agroquímicos e maior proteção ao meio ambiente e ao usuário

Fonte: Canal Rural

Uma indústria do Rio Grande do Sul está desenvolvendo um produto para controlar a lagarta falsa-medideira, responsável por trazer prejuízos bilionários aos sojicultores. A diferença em relação aos inseticidas convencionais é que este leva como matéria-prima os ingredientes químicos convencionais, mas sim microrganismos – bactérias, fungos e vírus.

A Simbiose Agro, de Cruz Alta (RS), produz pelo menos 1,4 milhão de litros de inseticidas biológicos para outras finalidades por ano. A fábrica tem capacidade para produzir inoculantes para 400 mil hectares, diariamente.

“Nós temos aqui uma gama de pesquisas em desenvolvimento, em fase final, já para lançar ao produtor”, conta o diretor da empresa, Marcelo de Godoy Oliveira.

Os resultados são vistos na prática na lavoura. O produtor Fernando Carpes fez um teste numa área de 500 hectares de soja: metade recebeu produtos químicos; a outra metade, os biológicos. Na área onde a aplicação era dos produtos à base de fungos e bactérias, a produtividade cresceu, e o controle de pragas se tornou mais fácil.

Eficiência

Segundo Carpes, o inseticida biológico protege o meio ambiente, o produtor e quem realiza a pulverização. “O químico te dá um residual de dez dias, já o biológico pode chegar até 15, 20 dias dependendo do clima”, explica o agricultor.

O gerente de Pesquisa da Simbiose Agro, Artur Soares, diz que os produtos estão tendo uma eficiência, se não melhor, ao menos igual ao dos produtos químicos. Além disso, há o benefício ambiental. “Você está reduzindo a contaminação do solo, a possibilidade de estar contaminando um lençol freático ou uma reserva de água na tua propriedade”.

No Brasil, apenas 2% dos insumos utilizados nas lavouras são de origem biológica. O objetivo da empresa é ampliar a fatia de mercado e crescer em torno de 30% neste ano. Para isso, investe pesado em pesquisa, e desenvolve um produto capaz de eliminar a lagarta falsa-medideira. 

“O produto erá uma relação simbiótica com a raiz da soja, protegendo o sistema radicular durante todo o cultivo da planta”, diz Oliveira, que afirma que essa será a primeira tecnologia brasileira biológica para esse tipo de controle na soja.

Helicoverpa

Na lavoura de Fernando Carpes, 90% dos tratos culturais são feitos com produtos biológicos. Foi com eles que o produtor controlou a Helicoverpa, por exemplo.

“É uma lagarta de difícil controle, principalmente na fase adulta”, relembra. Segundo ele, fazer o controle da lagarta com produto biológico é bem mais barato.

O pesquisador da Simbiose Agro explica que, para o controle de pragas, a indicação é aplicar nos estágios iniciais das culturas, evitando a proliferação dos insetos. “A ideia é que você pulverize no início do surgimento da lagarta, ou até preventivo, com monitoramento de ovos e de mariposas”, afirma Soares.

Para ele, produtos biológicos utilizados no momento certo e de forma adequada, realmente não ficam devendo a nenhuma tecnologia disponível no mercado.

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