Considerada uma boa alternativa para a segunda safra, a plantação de gergelim está em plena expansão em Mato Grosso e já enfrenta rua reta final de colheita. Produtores, no entanto, ainda tentam achar uma regularidade na produtividade, que carece de pesquisa e manejo adequado.
De olho nessa novidade, o produtor Edson Sefstron está em seu segundo ano de produção do gergelim e alega satisfação com o desempenho da lavoura. “Tivemos uma média boa de 517 quilos já entregue no armazém limpo e seco. O valor ajudou também, pois é um investimento baixo porque nossa terra está bem corrigida, foi só o tratamento de ervas, pragas e doenças, adubação foliar e a semente, deu um lucro esse ano e pretendemos aumentar a área o ano que vem”, disse.
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Já na propriedade de Rafael Govari, foram cultivados 500 hectares e a produção alcançou 600 quilos por hectare nesta safra. No entanto, mesmo com uma média superior à da safra passada, ainda há dúvidas em relação à cultura.
“As médias têm variado muito, desde relatos a mais de 1000 quilos por hectares, até menos de 200 quilos, tanto que em algumas áreas o produtor chegou a passar a máquina porque não valia a pena, É uma cultura boa, uma cultura vantajosa, mas que ainda tem muitos desafios para o produtor vencer para ela se tornar de fato uma cultura consolidada. É uma cultura ainda melindrosa, muitas questões que o produtor precisa descobrir, dificuldades a ser vencidas, principalmente na questão de manejo, isso vai ser conquistado através de pesquisas com tempo”, observou.
O município de canarana é o maior produtor de gergelim no Brasil. De acordo com o Sindicato Rural, quase cem mil hectares foram cultivados nesta safra. Até agora, mais de 90% da área já foi colhida e a expectativa é de uma produtividade média abaixo dos 500 quilos por hectare, bem abaixo do alcançado em outros anos.
“O gergelim, neste momento, é uma cultura que necessita de pesquisa. Há vários anos não tem mais pesquisa de gergelim, inclusive teve variedades dessas que a gente utiliza lá há alguns anos que já tiveram problemas de doenças, reduzindo a média da produtividade na região.É uma cultura em expansão e toda cultura que é em expansão começa a aparecer os problemas, mas nós temos que ir nos organizando até que a pesquisa indique uma variedade mais adaptada e uma variedade que a, partir daí, o produtor de semente comece a multiplicar e aí a gente tem como comprar desses produtores de sementes para seguirmos o nosso trabalho””, disse o segundo vice-presidente da Famato, Marcos da Rosa.
Segundo Marcos da Rosa, a cultura é promissora e uma alternativa de renda. “O gergelim no Brasil atende apenas 1% do mercado internacional, mas é uma cultura procurada e para o produtor facilita, porque após o plantio de milho que se encerra no dia 20 de fevereiro é possível o plantio de gergelim, que se exige menos chuva. Temos que investir no gergelim porque ele tem possibilidades de deixar renda líquida, que é o que procuramos há muitos anos”