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Gestão: projeto mostra a cafeicultores como tornar a propriedade mais lucrativa

Criado pelo Sebrae em 2011, programa auxilia produtores na condução técnica e financeira do negócio

Fonte: Daniel Popov

No sul de Minas Gerais, um programa que difunde técnicas de gestão tem ajudado cafeicultores a alcançarem melhores resultados na propriedade. Saber negociar, gerenciar custos e organizar o caixa da fazenda fazem a diferença entre uma propriedade lucrativa e outra que só gera prejuízo. E é isso que o projeto Educampo tem demonstrado aos produtores mineiros.

O programa foi criado em 2011 pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG). Em cada região do estado, técnicos credenciados auxiliam os cafeicultores no gerenciamento técnico e financeiro das fazendas. Para o produtor Luciano da Silva Cruz, as informações obtidas através do Educampo ajudam a dar sustentabilidade ao negócio.

Juntamente com o irmão, Carlos, ele gerencia mais de 100 hectares de café em Conceição da Aparecida, no sul mineiro. Luciano cuida da parte financeira e do planejamento, enquanto Carlos fica responsável pela área agrícola. As tarefas são diferentes, mas o método de trabalho é o mesmo: planejar cada ação na fazenda. 

Os irmãos Cruz decidiram participar do projeto Educampo justamente para profissionalizar a gestão da propriedade. Foi por meio do gerenciamento de dados que eles passaram a evitar desperdício na adubação das lavouras e a acessar o crédito rural em condições que não prejudiquem o fluxo de caixa da propriedade. “Em uma lavoura de café em que precisaria de 100 gramas de adubo, eu jogava 120 gramas, então eu estava jogando 20% fora. Hoje, consigo sanar esse gargalo com a ajuda de um suporte técnico mais avançado”, diz Luciano Cruz.

“Hoje, a gente tem as análises e em cada lavoura a gente usa um tipo de produto. Eu sei que para o produtor o manejo fica mais difícil, ainda mais trazer vários tipo de adubos na carreta, mas para ver resultado tem que ser assim”, completa Carlos da Silva Cruz.

Dezessete fazendas do sul de Minas já integram o projeto. O técnico Cristiano de Andrade Gomes, que presta assistência técnica na região, afirma que os princípios básico da cafeicultura hoje passam pela produção com qualidade, aliado à  produtividade. “Depois, é preciso trabalhar a fazenda como empresa com gestão de dados. Tudo isso vai garantir ao produtor um fluxo de caixa controlado, o que gera menor pagamento de juros”, diz Gomes.

Segundo o técnico, a gestão na fazenda começa com ações simples, como o registro de operações nas lavouras e negociações de compra e venda de produtos. “O produtor pode começar com um caderno de anotações, depois pode ter auxílio de softwares de computadores. O importante é o produtor analisar as informações, não basta apenas coletar os dados, é preciso analisar para tomar decisões”.

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