O número de crimes em áreas rurais de Goiás recuou após a implantação da Patrulha Rural Georreferenciada. A Polícia Militar cadastra produtores, funcionários, máquinas e animais em uma base de dados, que pode ser acessada pelos agentes e contém a localização exata da fazenda.
O programa, que deve chegar a todos os municípios do estado até o fim de 2019, reduziu pela metade a criminalidade. “Temos localidades em que caiu até 80%. Há um trabalho de inteligência envolvido nisso, com o batalhão rural e as demais delegacias de desarticulação de quadrilhas”, diz o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda.
Os produtores elogiam a iniciativa e afirmam que o sentimento de segurança aumento. Mesmo assim, eles apontam algumas falhas que precisam ser corrigidas. “Temos que adaptar bem as nossas estradas e não deixar atalho ou saída para o bandido”, afirma o presidente do Sindicato Rural de Cristalina (GO), Alécio Maróstica.
No Distrito Federal, o modelo foi implantado em 2018. De acordo com o capitão Rafael Cunha, do Batalhão Rural, muitos crimes foram evitados pelo simples cadastro das pessoas. “A gente quer dar emprego para quem chega falando que é coitado e precisa trabalhar. Aí colocamos lobos para cuidar das ovelhas. Essas pessoas serão as mesmas que observarão tudo o que tem na propriedade e depois vão cometer roubos e furtos, às vezes encapuzadas para não serem reconhecidas”, diz.
Outros quatro estados executam programas específicos para a segurança em zonas rurais. Agora, a intenção é compartilhar as experiências para tentar criar uma política integrada de prevenção e combate à violência no campo.
Enquanto isso, parlamentares querem aprovar o porte de armas de fogo para produtores. “Para que as pessoas possam defender não só seu patrimônio, mas algo muito maior que isso: a vida e a segurança de suas famílias”, declara o deputado federal José Mário Schreiner (DEM-GO).